Homem que transmitiu ao vivo massacre que tirou a vida de 50 pessoas na Nova Zelândia citou o Brasil em seu manifesto. Em primeira audiência, assassino sorri ao ser fotografado e juiz determina que todas as imagens de Brenton tenham seu rosto distorcido
O principal responsável pelo ataque a tiros que matou 50 pessoas em duas mesquitas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, citou o Brasil em seu manifesto de 74 páginas
O texto, intitulado The Great Replacement (A Grande Substituição), está repleto de teorias da conspiração populares da extrema direita sobre como europeus brancos supostamente estariam sendo substituídos por imigrantes não brancos.
O Brasil é mencionado na metade do documento, na seção em que Brenton Tarrant faz críticas à diversidade racial. “O Brasil com toda a sua diversidade racial está completamente fraturado como nação, onde as pessoas não se dão umas com as outras e sempre que possível se separam e se segregam”, destaca.
No manifesto, o atirador se autodescreve como um “etnonacionalista” que se inspirou em ataques cometidos por extremistas de direita, como o norueguês Anders Behring Breivik, que matou 77 pessoas em 2011 motivado pelo ódio ao multiculturalismo.
O terrorista afirma ainda que apoia o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “como um símbolo da identidade branca renovada e pelo objetivo comum”.
O autor do texto escreve que planejou o ataque por dois anos e que escolheu a cidade alvo há três meses. A ideia para o massacre teria surgido numa viagem que fez à Europa entre abril e maio de 2017, que o teria deixado chocado com a “invasão de imigrantes”.
O título do manifesto faz referência a um livro escrito pelo francês Renaud Camus, que popularizou a ideia de “genocídio branco”, um termo tipicamente usado por grupos racistas para se referir à imigração e ao crescimento de populações minoritárias.
Rosto distorcido
Brenton Harrison Tarrant, de 28 anos, será enviado ao Supremo Tribunal em Christchurch em 5 de abril e até lá ficará detido, sem direito à fiança.
Durante a primeira audiência no último sábado (16) ele permaneceu em silêncio, mas olhou diversas vezes para os poucos jornalistas que receberam autorização para acompanhar o procedimento, e sorriu ao ser fotografado e filmado.
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Segundo o jornal “New Zealand Herald”, o assassino fez um gesto conhecido como símbolo de supremacistas brancos com as mãos enquanto era fotografado. O juiz determinou que todas as imagens mostrem seu rosto distorcido, para que ele não possa ser visualmente identificado.
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