Michel Temer e Moreira Franco são presos; MDB defende inocência do ex-presidente
O ex-presidente Michel Temer (MDB) foi preso na manhã desta quinta-feira (21), em São Paulo. Também foi preso o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco, na capital fluminense.
Policiais também procuram o ex-ministro da Casa Civil Eliseu Padilha. As ordens de prisão foram expedidas pelo juiz Marcelo Bretas, da força-tarefa da operação Lava Jato no Rio de Janeiro, com base na delação do doleiro Lúcio Funaro, tido como operador de propina do MDB e também do empresário José Antunes Sobrinho, ligado à Engevix.
Temer segue para o Aeroporto de Guarulhos, na grande São Paulo, e será levado para o Rio de Janeiro em avião da PF. Lá, fará exame de corpo de delito em local reservado.
“Barbaridade“, reagiu o ex-presidente em telefona a um jornalista.
A delação, homologada em 2017, detalha esquema de corrupção no Congresso Nacional comandado por líderes do MDB da chamada “bancada do Cunha“, alusão ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB).
Dentre os líderes acusados, estão o também ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves e o ex-deputado Geddel Vieira Lima, preso em setembro do ano passado, e o ex-vice governador do Distrito Federal Tadeu Filippeli, que foi assessor especial do gabinete de Temer.
Na delação, Funaro afirma que enviou dinheiro para Cunha, a pedido dele, para que o então comandante da Câmara comprasse o apoio de parlamentares ao impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.
O doleiro também dá sua descrição de como esses líderes do MDB monitoravam outros políticos investigados para evitar que fizessem acordo de delação premiada. Ele também detalha a relação dos caciques do MDB com a JBS, da LLX (do empresário Eike Batista) e de fundos de pensão.
MDB critica “açodamento” na prisão de Temer
Em nota divulgada há pouco, o comando nacional do MDB criticou a prisão do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco com base em delação da Lava Jato.
Para o partido de Temer, houve açodamento na decisão do juiz Marcelo Bretas, do Rio. Segundo a legenda, que é presidida pelo ex-senador Romero Jucá (RR), outro investigado na Lava Jato, nenhum dos dois emedebistas cometeu qualquer irregularidade.
Veja a íntegra do comunicado:
“O MDB lamenta a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa.”
RBA e Congresso em Foco