Jair Bolsonaro tem aprovação pior que FHC, Lula e Dilma em início de mandato, revela nova pesquisa Ibope. Rejeição ao governo explode em periferias e grandes cidades, enquanto ricos e evangélicos sustentam aprovação
A avaliação positiva do governo do presidente Jair Bolsonaro sofreu uma queda de 15 pontos percentuais em relação a janeiro e agora soma 34 por cento, apontou a nova pesquisa Ibope divulgada pelo instituto nesta quarta-feira, que também mostrou que a aprovação pessoal do presidente caiu 16 pontos no período.
De acordo com o levantamento, a avaliação regular do governo Bolsonaro é de 34 por cento, ao passo que 24 por cento avaliam o governo como ruim ou péssimo.
Em fevereiro, a avaliação positiva do governo era de 39 por cento, enquanto em janeiro esse número era de 49 por cento. No mês passado, 30 por cento consideravam o governo regular, contra 26 por cento em janeiro. Já o percentual dos que viam o governo de forma negativa era de 19 por cento em fevereiro e de 11 por cento em janeiro.
De acordo com o Ibope, 8 por cento não souberam responder quando indagados sobre a avaliação do governo, percentual que era de 12 por cento em fevereiro e de 14 por cento em janeiro.
O Ibope também pesquisou a confiança em Bolsonaro, e 49 por cento afirmaram confiar no presidente, contra 55 por cento em fevereiro e 62 por cento em janeiro. Ao mesmo tempo, 44 por cento afirmaram não confiar em Bolsonaro, ante 38 por cento em fevereiro e 30 por cento em janeiro.
AVALIAÇÃO DO GOVERNO BOLSONARO:
Ótimo/bom: 34%
Regular: 34%
Ruim/péssimo: 24%
Não sabe/não respondeu: 8%
O Ibope fez uma comparação entre os resultados de pesquisas de avaliação da administração dos últimos presidentes eleitos, realizadas no mesmo período de governo.
A avaliação positiva de Jair Bolsonaro é inferior àquelas registradas para Fernando Henrique Cardoso (1º mandato), Lula (1º e 2º mandatos) e Dilma Rousseff (1º mandato).
FHC tinha 41% de ótimo/bom, Lula 51% e Dilma Rousseff 56% no terceiro mês de seus respectivos mandatos.
Rejeição explode em periferias
A queda na popularidade de Jair Bolsonaro, aferida pela pesquisa do Ibope divulgada nesta quarta 20, foi mais vertiginosa nos centros urbanos do Brasil. Nos municípios com mais de 500 mil habitantes, o percentual dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo cresceu 18 pontos percentuais — de 14% em janeiro para 32% em março.
A rejeição ao governo também cresceu significativamente entre os brasileiros que têm entre 45 e 54 anos. Em janeiro, apenas 9% consideravam ruim ou péssima a gestão do militar. Agora, são 26%.
Desde a posse, a aprovação a Bolsonaro caiu mais de 20 pontos percentuais entre os seguintes grupos: população de 45 a 54 anos (de 70% para 45%), moradores de cidades periféricas (de 63% para 42%) e entre os que só completaram o ensino fundamental (de 69% a 49%).
Já a região Nordeste dá ao governo a maior rejeição: 49%, um aumento de 19 pontos percentuais em relação a janeiro.
Ricos e evangélicos
Os mais ricos ainda são os que melhor avaliam Bolsonaro (49%), mas esse número também caiu: era de 57% em janeiro. O apoio também é alto entre os que se autodeclaram brancos (42%).
Entre os evangélicos, outra base importante do presidente, a avaliação positiva é de 61%. O segmento também é o que mais confia no presidente (56%).
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre 16 e 19 de março. O nível de confiança da pesquisa é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem a realidade, considerando a margem de erro, que é de 2 pontos, para mais ou para menos.
com CartaCapital
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