Educação

Resposta de escola sobre professor trans mostra que ainda há esperança

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Escola privada de educação infantil foi questionada sobre ter em seus quadros um professor transexual e a resposta da instituição de ensino mostra que ainda há esperança

O professor trans Bruno Santana (dir)

Uma resposta publicada pela Escolinha Maria Felipa viralizou nas redes sociais nesta semana. A instituição privada de educação infantil fica localizada em Salvador, na Bahia.

A escola foi questionada no WhatsApp por uma pessoa não identificada a respeito de um professor transexual que mantém em seus quadros. “Vocês têm um professor trans na escola, né?”, pergunta a pessoa.

Após a confirmação da escola, dizendo que o educador é um “excelente profissional”, o interlocutor segue com outra pergunta. “Não que eu concorde, mas você não acha que isso pode ter diminuído o número de matrículas de vocês?”, sugere.

A resposta da escola que viralizou nas redes veio em seguida: “Quem acha que uma pessoa trans, apenas por ser trans, não pode educar seu filho não merece a nossa escola”.

Ao compartilhar o caso, a escola acrescentou: “Nosso interesse é lutar e construir pela via da educação o mundo que acreditamos. Não negociamos nossos sonhos!”.

A publicação teve milhares de curtidas no Facebook e no Instagram, com pessoas parabenizando a instituição pela firmeza na resposta e pelo combate à intolerância.

“Obrigado, também sou trans e professor, é bom saber que ao menos em alguns lugares não esbarramos com o preconceito”, disse um internauta no Facebook. “Por mais escolas assim no mundo. Todo meu respeito a admiração”, escreveu outro no Instagram.

Escolinha Maria Felipa

A Escolinha Maria Felipa surgiu da ideia de jovens negras e negros que buscam educar suas filhas e filhos a partir de outros marcos civilizatórios.

A professora Bárbara Carine, da UFBA, e seu marido Ian Cavalcanti, se juntaram à pedagoga Naiara Santos e pensaram em uma escola que valorizasse as constituições ancestrais não apenas europeias, mas também a forte influência ameríndia e fundamentalmente africana em nossa formação sócio-cultural.

São três os objetivos da escola: oportunizar e dar condições para que as crianças desenvolvam suas capacidades para a formação plena por meio de ações pedagógicas, atividades lúdicas, desportivas e culturais; possibilitar aos e as estudantes o acesso as diversas formas de comunicação e linguagens oriundas de diferentes matrizes culturais, tais como: a Língua Pátria, o Iorubá, o Inglês, e o Espanhol; e oferecer à comunidade ensino de qualidade, pautado na perspectiva decolonial, que contribua para o desenvolvimento humano das educandas e educandos.

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