Declaração de John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, pode conter a explicação para o fracasso do golpe na Venezuela nesta terça-feira. Figurões do chavismo teriam se comprometido a agir contra Maduro, mas não fizeram
Juan Guaidó foi para o tudo ou nada nesta terça-feira (30) na tentativa de tirar Nicolás Maduro do poder central na Venezuela. Aliado dos EUA, ele libertou seu mentor político Leopoldo Lopez e os dois iniciaram uma cruzada contra o governo desde as primeiras horas do dia. Mas por que fracassaram?
A resposta para esta questão pode estar na declaração de John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca. Ele afirmou que o o ministro da Defesa da Venezuela (chefe das Forças Armadas), Vladimir Padrino (imagem abaixo), tinha se comprometido a agir contra Maduro mas depois voltou atrás.
Segundo Bolton, o chefe da Inteligência venezuelana, Ivan Rafael Hernández Dala, e o presidente do Supremo, Maikel Moreno, fizeram o mesmo. Na verdade, não se sabe se as figuras citadas por Bolton ‘voltaram atrás’ ou apenas fingiram comprometimento. Ou seja, realizaram uma espécie de ’emboscada’.
“É muito importante que três figuras do regime Maduro que estiveram falando com a oposição nos últimos três meses cumpram seu compromisso de alcançar uma transição pacífica de poder de Maduro para o presidente interino Juan Guaidó”, afirmou Bolton, segundo a agência Reuters.
“Todos concordavam que Maduro tinha de sair”, afirmou. “Eles precisam agir nesta tarde para trazer outras forças militares para o lado do presidente interino”. A expectativa dos EUA não se concretizou e Maduro conseguiu neutralizar o golpe.
O senador republicano Marco Rubio endossou a fala do conselheiro em um post nas redes sociais e acrescentou: “Estou vendo tuítes de apoio a Maduro de alguns oficiais de alta patente na Venezuela que estavam trabalhando para derrubá-lo. Sejam espertos, não atrasados”.
Rússia convenceu Maduro?
Depois do golpe fracassado, outras autoridades dos EUA se manifestaram em busca de respostas. Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, afirmou à rede de TV CNNque a Rússia convenceu Nicolás Maduro a não deixar a Venezuela.
“Ele estava com o avião no asfalto, ele estava pronto para ir embora nesta manhã, segundo o que entendemos, e os russos falaram para ele ficar”, afirmou Pompeo.
Segundo Pompeo, Maduro se preparava para ir para Cuba. O governo venezuelano ainda não comentou as afirmações.
VEJA TAMBÉM: Golpe fracassa na Venezuela e militares desertores pedem asilo na embaixada brasileira
A rede de televisão CNN afirma que 52 pessoas ficaram feridas no conflito de hoje. Elas foram levadas a um hospital em Caracas. Os ferimentos, em sua maior parte, foram causados por pedras e balas de borracha.
Siga-nos no Instagram | Twitter | Facebook