As falhas na investigação da chacina de 15 jovens no Fallet
Chacina do Fallet completa dois meses com falhas na investigação. Diversas irregularidades na apuração do crime foram apontadas pela Defensoria Pública
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro voltou à comunidade do Fallet, no centro da capital fluminense, e apontou diversas falhas na investigação do assassinato de 15 jovens em 8 de fevereiro. O massacre foi cometido por policiais militares do Batalhão de Choque.
Conhecido como chacina do Fallet, o crime é até agora o maior assassinato em massa sob o governo de Wilson Witzel (PSC), além de ser apontado como resultado prático de uma política de segurança que concede maior autonomia às polícias.
“É um caso onde a gente, de alguma maneira, retrata uma fala, uma expressão do governo do estado que é preocupante para as favelas e para o conjunto da sociedade“, avalia o ouvidor da Defensoria Pública estadual, Pedro Strozemberg em entrevista à repórter Viviane Nascimento, do Seu Jornal, da TVT.
De acordo com o ouvidor, dois meses após a chacina, a investigação ainda coleciona uma série de equívocos e falta com a transparência em relação a fatos como o desmonte da cena do crime, o descarte das roupas dos jovens mortos e laudos genéricos apresentando ainda a versão dos policiais como única.
“Você tem uma série de provas que são insuficientes e algumas provas que não foram aproveitados ou desperdiçadas“, afirma Strozemberg.
O clima na comunidade ainda é de insegurança, como descreve a integrante da Associação de Moradores do Fallet Kelly Martins. “O que as pessoas sabem é que o Estado, hoje, traz medo demais e segurança nenhuma. Ele não traz conforto, paz, projeto ou solução, só medo. E isso tem que acabar.”
“Fica no prejuízo. Faz essa merda aqui e vai embora. E a família, como é que fica? Fora o prejuízo psicológico né? Que é o mais alto”: Pessoas foram mortas numa operação da PM dentro da casa de uma senhora idosa, moradora do Morro do Fallet/Fogueteiro https://t.co/viSItJATJe pic.twitter.com/HhCuBSSIqc
— Cecília Olliveira (@Cecillia) 9 de fevereiro de 2019
Assista à reportagem
Leia também:
Exército deu mais tiros ao fuzilar músico que polícia da Alemanha em 1 ano
Sergio Moro minimiza o fuzilamento do músico Evaldo Rosa
Governador do DF diz que “Moro não sabe nada de segurança”
Os temas importantes ignorados pelo projeto de Sergio Moro
Pacote ‘anticrime’ de Moro pouco tem a ver com a diminuição da violência