Presidente do Equador entrega Julian Assange para a polícia de Londres. Segundo os termos do acordo, fundador do WikiLeaks não seria extraditado para um país onde ele poderia enfrentar a pena de morte
O fundador do Wikileaks, Julian Assange, foi preso em Londres nesta quinta-feira (11/04), após a polícia ter sua entrada permitida na embaixada equatoriana onde ele se refugiava há quase sete anos.
O Serviço da Polícia Metropolitana confirmou a prisão de Assange, de 47 anos. As autoridades afirmaram que foram convidadas pelo próprio embaixador a entrar na embaixada após a remoção do asilo político concedido pelo país sul-americano ao jornalista.
A presidência do Equador confirmou a remoção do asilo, citando violações de convenções internacionais. O presidente Lenín Moreno anunciou o que chamou de “decisão soberana” em um comunicado nesta quinta-feira.
O fundador do Wikileaks, que estava abrigado na embaixada equatoriana desde 2012 para evitar extradição, esteve por trás de um dos maiores vazamentos de documentos secretos da história dos EUA.
Assange buscou refúgio na embaixada equatoriana após a promotoria sueca abrir uma investigação acusado-o de assédio sexual. Em 2010, o Tribunal Superior de Londres dá luz verde para a extradição de Assange para a Suécia, dando início a uma batalha judicial.
Em junho de 2012 o ministro do Exterior do Equador, Ricardo Patiño, confirmava que Assange estava na embaixada do Equador em Londres e que pediu asilo político. A polícia londrina advertiu que Assange violou as condições de prisão domiciliar à qual estava submetido e poderia ser detido.
O caso se arrastou até 2017, quando os promotores suecos arquivaram o inquérito contra o jornalista, encerrando a investigação preliminar da acusação de estupro. A procuradora-chefe Marianne Ny afirmou que a permanência de Assange na embaixada do Equador impediu a execução do pedido de extradição e não era mais possível realizar a transferência em tempo “razoável”.
Em dezembro do mesmo ano o Equador concedeu a cidadania equatoriana a Assange. A ministra do exterior, María Fernanda Espinosa, afirmou que a naturalização daria mais proteção ao asilado. Mais tarde, com a mudança de governo no Equador, o novo presidente, Lenín Moreno, disse que o caso se Assange era uma “pedra no sapato” para seu país.
Em fevereiro de 2018, A Justiça britânica rejeitou um recurso da defesa de Assange e mantém uma ordem de prisão, ditada após ele violar as condições da sua liberdade condicional ao entrar na embaixada equatoriana em Londres.
O governo do Equador inicia uma série de medidas hostis a Assange, como restringir seu acesso à internet na embaixada em Londres, por ele ter violado um acordo no qual se comprometia a não opinar sobre questões de outros países.
Novas regras foram impostas ao “hóspede indesejado”, como limpar o próprio banheiro, cuidar de seu gato e pagar pela eletricidade e internet que utiliza. No mesmo mês, um juiz equatoriano rejeita a queixa de Assange de que as novas regras estariam violando seus direitos.
Em abril de 2019, Lenín Moreno acusou Assange de violar repetidamente os termos de seu asilo. Em resposta, o Wikileaks afirmou que as declarações de Moreno seriam uma retaliação após o portal divulgar alegações de corrupção contra o presidente. No dia 4 de abril o Wikileaks alertou que Assange seria expulso da embaixada dentro de poucos dias.
Segundo a Reuters, que o Equador recebeu uma garantia britânica de que Assange não seria extraditado para um país onde ele poderia enfrentar a pena de morte.
DW
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