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“Lula não roubou um tostão”, admite Paulo Guedes

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"Estamos convencidos de que Lula não roubou um tostão. E seu patrimônio prova isso. Ele não teve foi quem o avisasse do que acontecia em torno de seu governo. Acabou vítima do jeito de fazer política no Brasil", admite Paulo Guedes, superministro de Bolsonaro

Paulo Guedes, ministro da Economia do governo Bolsonaro (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom | ABr)

Em reunião com seis presidentes de tribunais de contas estaduais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há um ano na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

De acordo com o Blog do Juca Kfouri, o ministro afirmou: “Estamos convencidos de que Lula não roubou um tostão. E seu patrimônio prova isso. Ele não teve foi quem o avisasse do que acontecia em torno de seu governo. Acabou vítima do jeito de fazer política no Brasil. Serve como exemplo“.

A declaração do ministro, que é colega do ex-juiz federal e atual ministro da Justiça Sérgio Moro no governo de Jair Bolsonaro (PSL), foi a que mais chamou atenção dos presentes, conforme Kfouri.

Mas Guedes não perdeu a oportunidade de defender as reformas. E até usou “tom catastrofista“: “Em Brasília estamos como em Versalhes: à espera da guilhotina.”

Inconsistências

Condenado em primeira e segunda instância no caso do tríplex, Lula teve a pena fixada em 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O entendimento de juristas é de que, logo depois da Páscoa, mais precisamente no dia 23, a condenação do ex-presidente por corrupção seja mantida no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A defesa acredita que Lula deverá ser absolvido da acusação de lavagem de dinheiro, porque o ex-presidente não incorporou o imóvel, logo não estaria caracterizado o crime de lavagem de dinheiro.

Sérgio Moro condenou Lula a seis anos de prisão por corrupção passiva e três anos e seis meses por lavagem de dinheiro. O TRF-4 aumentou a pena em 29%. Caso ocorra a exclusão do crime de lavagem de dinheiro, a pena poderá ser reduzida de imediato e resultar na progressão de regime.

Com mais de um ano de prisão, completados no último domingo, Lula já estaria em vias de cumprir um sexto da pena e, automaticamente, conseguiria a mudança na forma de cumprimento da sentença, indo para o semiaberto. Neste caso, o ex-presidente teria o direito de trabalhar durante o dia, mas o sistema penitenciário não seria capaz de garantir a segurança do petista, o que levaria, por tabela, à prisão domiciliar.

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RBA

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