Manifestantes colocam ministro Ricardo Salles para correr em Curitiba. Em 110 dias de governo, o ministro não conseguir lançar um programa nacional em local público
Joaquim de Carvalho, DCM
O ministro do Meio Ambiente estava no avião a caminho de Curitiba quando centenas de pessoas se reuniram na Boca Maldita, centro da cidade, para protestar contra sua presença ali.
Ele seria a estrela de um evento ao lado do prefeito Rafael Greca, para lançar o lançamento nacional do Programa Lixão Zero.
No convite para a manifestação, lê-se:
“Contra o fim do parque nacional dos Campos Gerais e todos os retrocessos ambientais, vamos recepcionar o ministro Ricardo Salles na Boca Maldita”.
Os manifestantes levaram cartazes com frases como:
“Qual é a saída ecológica para todos os 225 mortos em Brumadinho, Ricardo Salles?”.
“Mais orgânico, menos agrotóxico”.
Às 10 horas da manhã, o local já estava lotado. Os manifestantes eram muito mais numerosos que os homens de farda do Exército que fazem parte de uma banda que pretendia homenagear o ministro.
“O que deixaremos para filhos e netos se vida e ar o dinheiro não compra?”, perguntava o cartaz levado por uma manifestante.
“O Brasil não está à venda” ou “Salles, Brazil is not for sale”, diziam outros.
Informado do protesto, Ricardo Salles decidiu não comparecer.
A cerimônia foi transferida para o palácio do governo, em local fechado.
Em 110 dias de governo, o ministro não conseguir lançar um programa nacional em local público.
Vitória das lideranças ambientalistas que não aceitam no ministério um político que é visto como adversário das causas ambientais.
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