Após pressão de evangélicos, Bolsonaro volta atrás sobre novo imposto
Secretário da Receita Federal anunciou nesta segunda-feira criação de novo imposto que incidiria sobre o dízimo das igrejas. Pressionando, Bolsonaro foi ao Twitter: “Nenhum novo imposto será criado, em especial para as igrejas”
O presidente Jair Bolsonaro desautorizou o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra Cavalcanti de Albuquerque, na manhã desta segunda-feita sobre a criação de um novo imposto.
“Em nosso governo, nenhum novo importo será criado, em especial para as igrejas”, disse em vídeo publicado no Twitter hoje. O presidente diz ainda que foi surpreendido com a informação nesta manhã.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo desta segunda, o secretário falou em eliminar a contribuição previdenciária que incide sobre a folha de pagamentos e a substituir pela Contribuição Previdenciária (CP), novo tributo que incidiria sobre todas as transações financeiras, bancárias ou não.
– Nenhum novo imposto será criado.
– Jair Bolsonaro, PR. pic.twitter.com/WCi1ohQl7b— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 29, 2019
Segundo o secretário, até fiéis de igrejas deverão pagar o imposto quando contribuírem com o dízimo. “Isso vai ser polêmico”, reconhece.
Ele nega comparações com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), aplicada entre 1997 e 2007.
“Não é uma CPMF, porque o novo imposto será permanente e não incidirá somente sobre operações de débito feitas pelo sistema bancário. Será muito mais amplo. Abarcará qualquer transação envolvendo pagamentos, até escambo.”, diz o secretário.
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Ligia Tuon, Exame