Ação da Taurus tem novo salto nesta quarta após decreto de Bolsonaro sobre armas
As ações da Taurus voltaram a disparar nesta quarta-feira (8), depois que o presidente Jair Bolsonaro assinou na véspera novo decreto que facilita a venda de armas e munições no país.
Às 13h36, o papel FJTA4 da fabricante de revólveres, pistolas e fuzis controlada pela Companhia Brasileira de Cartuchos subiam 21%. Na véspera, dispararam mais de 10%.
Além de facilitar o registro, posse, transporte e a venda de armas, inclusive a importação, e elevar o limite para aquisição de munição o decreto libera a importação de armas, hoje proibida quando existem similares no Brasil.
O decreto de Bolsonaro “poderá aumentar de forma relevante a procura por armas de fogo por caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) e pelo cidadão de bem para sua legítima defesa e da propriedade“, afirmou a empresa em comunicado ao mercado nesta quarta-feira.
“O decreto é um marco neste seguimento e a Taurus está pronta para atender todo o aumento de demanda“, acrescentou a companhia.
Leia a íntegra do Decreto nº 9.785, de 7 de maio de 2019
Com relação à abertura do mercado, a Taurus destacou que exporta para mais de 100 países e já compete com as maiores empresas de armas nos mercados de exportação, que “são extremamente competitivos“.
Decreto facilita porte de arma
Governo Bolsonaro assinou nesta terça-feira (7) decreto que facilita o acesso a munição e o transporte de armas de fogo para atiradores esportivos, caçadores e colecionadores.
O documento também dá posse automática a praças das Forças Armadas com mais de 10 anos de serviço. O acesso à munição para essas categorias será ampliado de 50 cartuchos para 1 mil.
“Fomos no limite da lei. O que a lei abria oportunidade para nós, fomos no limite”, disse o presidente. Ele também ressaltou que “ninguém está liberando caça no Brasil”. Ele ressaltou que mudanças nas regras para caça de animais no País teria de passar pelo Congresso.
Numa cerimônia com a presença de parlamentares da chamada “bancada da bala”, Bolsonaro também disse que o governo está aberto a alterar ou revogar decretos do passado que os deputados e senadores considerem que geraram malefícios e disse que jamais vai esquecer de seu passado como militar e como deputado federal.
De acordo com um levantamento do Instituto Sou da Paz, com base em informações oficiais do Exército, de dezembro, a medida vai permitir que 255 mil CACs tenham permissão para andar armados.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse nesta segunda-feira (6) que o decreto que beneficia caçadores, atiradores e colecionadores de armas, os chamados CACs, pode trazer também a flexibilização das regras de importação de armas e quebra de monopólio.
O decreto foi criticado por associações da sociedade civil, como o Instituto Sou da Paz, e especialistas na área de segurança pública:
Em nota oficial, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública disse que vê o decreto com “bastante preocupação”.
Ele seria “claramente uma tentativa de driblar o Estatuto do Desarmamento” e “desviar o foco do que realmente interessa”, além de ignorar “estudos e evidências que demonstram a ineficiência de se armar civis para tentar coibir a violência em todos os níveis”.
Futuro
Durante a cerimônia de assinatura do decreto, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, anunciou que a Câmara dos Deputados pode colocar em votação nesta semana um projeto de lei que trata sobre o porte de arma em propriedade rural.
O autor do projeto, deputado Afonso Hamm (PP-RS), disse ao Estado, que “É um projeto que está avançado e bem equilibrado. Já foi aprovado por duas comissões da Câmara”.
O projeto de 2016 já passou pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e também pela de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
Entre alguns pontos tratados pelo texto, a licença para o porte rural de arma de fogo terá validade de dez anos e será restrita aos limites da propriedade rural, condicionada à demonstração simplificada, à autoridade responsável pela emissão, de habilidade no manejo.
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Reuters e Agência Estado
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