Racismo não

Bandeira racista é usada durante festa em Santa Bárbara d’Oeste

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Mais de 100 entidades protestam contra uso de bandeira racista durante festa em Santa Bárbara d’Oeste

(Imagem: Facebook UnegroAmericana)

Carta Campinas

Movimentos sociais protestaram no último domingo, dia 28 de março, contra o uso da bandeira confederada durante festa em Santa Bárbara d’Oeste. A Festa Confederada, originada em movimento racista dos EUA, é um dos maiores eventos culturais de Santa Bárbara d’Oeste.

O ato pacífico e cultural foi organizado em frente ao Cemitério dos Americanos. segundo os organizadores, Santa Bárbara é a única cidade no Brasil a ostentar a bandeira confederada, símbolo retrata uma forte lembrança da escravidão.

De acordo com um dos participantes do UNEGRO, Pedro Monteiro da Rocha Ramos, o grupo não é contra a festa, mas sim contrário ao hasteamento da bandeira. “A bandeira tem um significado forte, pesado de racismo. Não temos nada contra a festa, e sim com bandeira confederada, é o que nos incomoda”, relata Ramos.

O ato foi organizado por vários coletivos e entidades do movimento negro de Santa Bárbara e Americana e contou como apoio de entidades e movimentos da cultura, da esquerda e de religiões de matriz africana não só do Estado de São Paulo, através de um manifesto que conseguiu adesão de mais de 100 entidades.

Os manifestantes lembram ainda que recursos públicos estão sendo usados pela festa que lembra o movimento racista norte-americano.

Além do ato e do manifesto, foi protocolado petição na Câmara Municipal de Santa Bárbara cobrando posicionamento dos vereadores e protocolado ação no Ministério Público.

Veja o manifesto:

MANIFESTO CONTRA OS SÍMBOLOS CONFEDERADOS

O Movimento Negro e Movimentos Sociais organizados de Americana e Santa Bárbara D’ Oeste repudiam com indignação e veemência à festa confederada que lamentavelmente ignora a história dos povos aqui constituídos e a problemática racial que ainda incide sobre a população brasileira. Reiteramos que não compactuamos com uma festa que ostenta símbolos que enaltecem um passado escravista e carregam um legado de dor para o povo negro.

O Brasil foi um dos últimos países da América a abolir a escravidão. A instituição vigorou por quase quatrocentos anos e deixou um legado de profunda desigualdade racial e social no país. Atualmente a situação de vulnerabilidade socioeconômica da população negra a coloca no topo do ranking dos países mais desiguais do mundo. Os negros ainda precisam lutar, diariamente, para vencer a situação de desconforto em relação a sua tez, ao seu cabelo, aos seus lábios. Lamentavelmente o racismo institucionalizado tem se manifestado pelo fracasso das instituições em consolidar e efetivar políticas públicas para promover a equidade na sociedade brasileira

Em consonância com essa realidade ainda convivemos com práticas e resquícios racistas como a Bandeira dos Confederados, um símbolo que agride a trajetória do povo negro no Brasil. A nação brasileira recebeu os imigrantes dos EUA de maneira fraterna, sendo assim, essa mesma nação, sobretudo seu povo, precisa ser respeitada na sua condição histórica. Vivemos um contexto de luta e de desconstrução do racismo, não podemos ficar indiferentes as implicações advindas com o enaltecimento dos símbolos dos confederados na atualidade. A simbologia confederada tem ainda implicações na construção do racismo. Inserida no contexto histórico, a bandeira dos confederados foi o símbolo máximo dos escravagistas do Sul dos EUA e representava uma economia baseada na escravidão

Os monumentos confederados tão polêmicos nos EUA, aqui na cidade de Santa Bárbara D’Oeste – a única cidade do Brasil a realizar a festa dos confederados e com patrocínio do poder público (municipal e estadual) está inserida no calendário cultural do Estado de São Paulo – tem sido questionados. Lamentavelmente a cidade de Santa Bárbara abriga uma festa sustentada em narrativas romantizadas da história. Pois é sabido que a principal causa da Guerra Civil dos EUA (1861 -1865) foi a manutenção do escravismo. Os próprios Estados Confederados falaram isso abertamente. Embora o país inteiro fosse extremamente racista, a mão de obra escravizada foi largamente utilizada como principal modo de produção econômica no Sul dos Estados Unidos. Dos onze Estados que se separam da União (e tornaram-se Estados Confederados), quatro emitiram declarações afirmando suas razões para se separarem e entrarem na guerra. Separamos trechos de três delas, são eles:

“Declaração das Causas que justifica a Secessão do Estado do Mississipi da União federal”:

“Nossa posição é completamente identificada com a instituição da escravidão – o maior interesse material do mundo. Seu trabalho fornece o produto que constitui as maiores e mais importantes partes do comércio da terra. Estes produtos são peculiares ao clima beirando as regiões tropicais, e por uma lei imperiosa da natureza, ninguém além da raça negra pode suportar a exposição ao sol tropical. Estes produtos tornaram-se necessidades do mundo, e um golpe na escravidão é um golpe no comércio e na civilização. Esse golpe há muito tem sido destinado à instituição e chegou ao ponto de alcançar sua consumação. Não havia outra alternativa senão a submissão aos mandatos de abolição, ou a dissolução da União, cujos princípios haviam sido subvertidos para resolver nossa ruína.”

“Declaração das Causas que justifica a Secessão do Estados do Texas da União Federal” justifica:

“Que neste governo livre todos os homens brancos são e devem ter direito a direitos civis e políticos iguais; que a servidão da raça africana, como existente nesses Estados, é mutuamente benéfica tanto para a ligação como para a liberdade, e é abundantemente autorizada e justificada pela experiência da humanidade, e a vontade revelada do Todo-Poderoso Criador, reconhecida por todas as nações cristãs; enquanto a destruição das relações existentes entre as duas raças, como defendido por nossos inimigos seccionais, traria inevitáveis calamidades sobre ambos e desolação sobre os quinze estados escravistas.’’

“Savannah Republican” das palavras do Alexander H. Stephens, Vice-Presidente dos Estados Confederados da América (março 1861):

“A nova Constituição colocou para sempre todas as questões agitadoras relacionadas à nossa peculiar instituição de escravidão africana, tal como existe entre nós, o status adequado do negro em nossa forma de civilização. Essa foi a causa imediata da ruptura tardia e da revolução atual (ou seja, a causa da Guerra Civil). Jefferson (autor da Declaração de Independência dos EUA), em sua previsão, havia antecipado isso, como a “pedra sobre a qual a antiga União se separaria”. Ele estava certo. O que foi conjecturas com ele, agora é um fato realizado. “Nossas fundações são lançadas, sua pedra fundamental repousa sobre a grande verdade de que o negro não é igual ao homem branco; Na escravidão, a subordinação à raça superior é sua condição natural e normal.”

Tudo isso não necessariamente significa que todos os soldados sulistas lutaram em termos de motivos pessoais para manter o escravismo ou que os soldados nortistas lutaram para libertar os escravizados. Os soldados nos dois lados lutaram por vários motivos pessoais, mas o que fica muito claro é que a causa política da Guerra Civil foi a questão do escravismo.

Muitos sulistas falavam que a Guerra Civil foi travada sobre “os direitos dos Estados” ou a “soberania dos Estados”. Porém, esse argumento é usado seletivamente para justificar os motivos dos Estados Confederados que entraram na Guerra Civil. Os Estados Confederados não foram consistentes na aplicação desse discurso político. Por quê? O único direito dos Estados que eles apoiavam naquela época era o direito para manter o uso da mão de obra escravizada. Haviam outros “direitos dos estados” que os confederados não apoiavam. Por exemplo, naquela época havia uma Lei Federal chamada de Fugitive Slave Act” (Ato do Escravo Fugido) e como funcionava? Esta lei, criada em 1850, declarou que qualquer pessoa fugitiva e escravizada que chegasse a um estado não escravagista (do Norte) teria de ser devolvida ao seu estado sulista e sua plantação. Os Estados sulistas colocaram no mesmo documento (Declaração das Causas que justifica a Secessão) várias vezes que um dos motivos para entrarem na Guerra Civil era por que os Estados do Norte não tiveram a soberania para manter ou proteger os escravizados que chegaram aí. Então, ao mesmo tempo que os Estado Confederados falavam que o conflito foi gerado pela questão dos “direitos dos estados” eles estavam tentando forçar os Estados do Norte a agir contra o principal dos direitos e devolver os escravizados fugidos para os Estados sulistas. A questão que surge é o seguinte: a soberania dos Estados para fazer o que? O direito a continuar a usar mão de obra escravizada e forçar os Estados não escravagistas a cooperarem com os Estados escravagistas. Todas as quatro declarações listaram a relutância dos estados do Norte em cooperar com a Lei do Escravizado Fugitivo como uma razão para sua secessão. No final, o discurso que os direitos dos Estados foi uma causa principal da guerra, somente funciona para camuflar o único direito que se importavam: o de continuar a manter o escravismo.

É comum acreditar que a guerra começou sobre a moralidade da escravidão, mas na verdade foram as questões econômicas e políticas da escravidão que realmente desempenharam um papel na eclosão da Guerra. A escravidão era importante para o Sul, porque a economia da região era baseada na agricultura, cujas maiores exportações eram algodão e tabaco, e que dependia de mão de obra escravizada para o trabalho. Os sulistas argumentaram que acabar com a escravidão devastaria a economia do Sul. Os Estados do Sul queriam afirmar os direitos de seu Estado sobre o governo federal para que eles pudessem abolir ou ignorar as leis federais sobre escravidão que eles não apoiavam. Além disso, o Sul queria que os Estados escravistas se expandissem para o Oeste, enquanto o Norte queria tornar Estados Ocidentais livres.

As palavras do historiador dos EUA, James Oliver Horton: “Embora a escravidão não tenha sido a única causa pela qual o Sul lutou durante a Guerra Civil, o testemunho dos líderes confederados e seus apoiadores deixa claro que a escravidão era fundamental para a motivação da secessão e da guerra.”

O discurso feito por Alexander H. Stephens, Vice-Presidente dos Estados Confederados da América sob título: “Escravidão Africana: A Pedra Angular (ou seja, o elemento/pedra fundamental) do Confederacy Sulista.” O discurso de Stephens foi feito em 22 de março, 1861. Atestam suas próprias palavras:

“….Nosso novo governo é fundado exatamente na ideia oposta; seus alicerces estão opostos, sua pedra angular repousa sobre a grande verdade de que o negro não é igual ao homem branco; que a subordinação da escravidão à raça superior é sua condição natural e normal. Este, nosso novo governo, é o primeiro, na história do mundo, baseado nessa grande verdade física, filosófica e moral.

Ele também usava uma frase da Bíblia para justificar a subordinação do negro. Há um verso no livro de Salmos na Bíblia que diz que “a pedra que o construtor rejeitou tornou-se a pedra angular.” No ensino cristão, esta pedra é o próprio Jesus Cristo que foi rejeitado pelos líderes judeus, mas abraçado pelos cristãos como o caminho único da salvação. Stephens usou essa linha de pensamento para inferir que a escravidão, embora rejeitada por muitos no Norte e no governo federal, é na verdade o sistema fundamental, ou seja, a “pedra angular” do Confederacy. O próprio Vice-Presidente dos Estados Confederados falou abertamente que a escravidão foi a pedra fundamental da sociedade confederada.

Segundo representantes dos símbolos confederados de Santa Bárbara d’ Oeste-SP, os nortistas não foram abolicionistas e que o presidente Abraham Lincoln teve o motivo da preservação da União para lutar contra o sul. Nesse sentido estão certos. Existe uma imagem dos nortistas como abolicionistas com motivos puros que não é verdade. O próprio Abraham Lincoln tinha o motivo a manter a união dos Estados Nortistas e Sulistas. Mas, os representantes dos símbolos confederados usam esse fato para falar que a guerra não foi travada sobre escravidão. Embora os nortistas não foram necessariamente altruístas ou abolicionistas, escravidão era fundamental para a motivação da secessão e da Guerra Cívil. O problema é que há uma tentativa de desviar a atenção para o lado “moral” da guerra quando precisamos analisar o lado político e econômico do escravismo

Diante do contexto exposto, consideramos que o escravismo nos EUA deixou sequelas na construção e formação da sua própria trajetória histórica. Pois mesmo, tendo declarado sua Independência (em 1776) baseada em princípios de liberdade, essa liberdade não se estendeu ao povo negro no período, pois foi mantida a instituição escravista por longuíssimos anos. Sobretudo contribuiu para implantação do regime de Apartheid que segregou negros e brancos. Este legado negativo do escravismo nos leva a fazer um paralelo com a Festa dos Confederados e a carga de opressão trazida por sua bandeira e a simbologia que enaltece a supremacia branca nas terras barbarenses

A Festa dos Confederados está ligada com o fim da Guerra Civil. Alguns sulistas brancos escravocratas se sentiram humilhados com a derrota imposta pelo norte abolicionista, acreditando que não havia mais condições de permanecerem no país, vieram procurar abrigo no Brasil onde ainda havia escravidão. A nossa região foi escolhida por várias famílias, surgindo os povoamentos que dariam origem às cidades de Americana e Santa Bárbara D´Oeste. A ligação com o passado é tão forte que até 1998, o brasão de Americana ainda fazia alusões à Bandeira dos Confederados

Santa Bárbara D’Oeste, única cidade brasileira a manter as tradições e a carga de opressão representadas pela Bandeira dos Confederados, caminha a contrapelo da história e demonstra a falta de dimensão histórica e indiferença com a trajetória do outro. Felizmente, de tempos em tempos alguns períodos históricos são revisitados, nos EUA, esse revisitar, trazido à tona com os atentados ocorridos em Charlottesville em 2017, debateu em torno da disputa simbólica da herança representada pelos monumentos confederados. A cidade da Virgínia, seguindo o exemplo de algumas outras cidades do sul dos Estados Unidos, removeram a estátua do general Robert E. Lee – general que liderou as tropas confederadas.

Sendo assim, esses conflitos fizeram com que algumas regiões de solo estadunidense questionassem o uso da Bandeira dos Confederados e a sua ligação com a supremacia branca. E por que os descendentes dos sulistas, derrotados na Guerra Civil e acolhidos na cidade de Santa Bárbara (1868 – Ano que mais imigrou norte-americanos para Santa Bárbara d’ Oeste-SP) insistem com a bandeira que traz enorme carga de opressão à população negra? Sequer empunham ou pintam em a bandeira brasileira, dos EUA, ou a própria bandeira da cidade de SBO como forma de gratidão? Não seria interessante, outra bandeira pintada no palco das apresentações? Essas indagações foram feitas aos organizadores da festa no mesmo período de 2017, no qual realizamos um ciclo de palestras para dialogar sobre os símbolos da festa dos Confederados.

Nós do Movimento Negro de Americana, representados por alguns coletivos como UNEGRO e Grito dos Excluídos estivemos num ato pacífico no entorno da Festa dos Confederados na data de 29/04/2018, visto que não tínhamos por objetivo adentrar ou confrontar o espaço restrito aos convidados, posicionamos de forma pacífica e mesmo assim incômoda, pois fomos recebidos, assim que formávamos uma roda de discussão sobre “a História dos Confederados e o escravismo no Brasil”, com frases racistas e hostilidades. Não revidamos aos ataques verbais sofridos, simplesmente continuamos a nossa roda de conversa sob os olhares de curiosidades e alguns de indiferença. Destacamos a correlação de força desigual, mas mesmo assim fizemos história, ousamos nos posicionar frente a um símbolo que agride os nossos ancestrais e reforça a exclusão racial

Impossível não se surpreender com o aparato da festa, financiada com patrocínio do poder público e incluída no calendário oficial do Estado de São Paulo. Contou com grande força policial, motoqueiros com Bandeiras dos Confederados estampadas nas suas jaquetas e carros de várias regiões do Brasil, das quais notamos muitos vindos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Impressionados ficamos com o aparato de caminhões pipa do DAE (Departamento de Água e Esgoto) molhando a estrada de terra que dá acesso a Festa dos Confederados para amenizar a poeira. Nas nossas observações registramos aquilo que costumeiramente vemos na sociedade brasileira: brancos em seus carros de luxo e negros trabalhando na segurança. Mesmo tratados de forma polida pelos organizadores da festa e observados com atenção pelos policiais, impossível não reconhecer ali a permanência da relação de Casa Grande e Senzala.

Não somos contra as manifestações culturais, somos favoráveis à necessidade de rememorar a trajetória dos antepassados, da mesma forma que os africanos usaram e usam a simbologia dos que os antecederam, para saber suas origens e ver sua comunidade como parte de um único sistema interligado e manter o sentimento de pertencimento, porém a simbologia não pode agredir o outro. Assim como escreveu Ana Maria Gonçalves: “Nenhum problema que os descendentes de confederados brasileiros queiram continuar reverenciando seus antepassados, mas que o façam com a verdade, em respeito à história e aos descendentes de escravizados”

Os cidadãos mais injustiçados da sociedade brasileira foram indubitavelmente os povos ameríndios e os negros, tanto no passado, como escravizados, quanto no presente, como os preconceitos que ainda enodoam o relacionamento social para pelo menos metade da população brasileira, que descende de africanos. Os negros foram ao mesmo tempo, os que mais contribuíram com seu trabalho na produção de riquezas para o Brasil.

A história do Brasil é marcada por muitas lutas do povo contra a desigualdade e a opressão, sendo uma das mais importantes as do quilombo dos Palmares, liderada por Zumbi. A experiência de liberdade desse quilombo durou quase 100 anos em Alagoas, período durante o qual centenas de pessoas, vivendo em comunidade, foram livres. Podemos dizer, pois, com segurança, que o grande líder Zumbi dos Palmares ocupa o mesmo nível de outros heróis nacionais que tombaram na luta pela liberdade.

Sendo assim, a luta contra qualquer símbolo ligado a manutenção do escravismo do passado, é um grito contra a opressão, a exclusão, a marginalização que permeiam nosso cotidiano. O nosso Manifesto tem caráter educativo e contribuiu para a valorização da cultura negra junto a nossa juventude, principalmente nossas crianças que estão nos bancos escolares e que cotidianamente sofrem com o racismo. A história de luta do povo negro para a sua libertação, representa uma conquista que carrega no seu bojo outras conquistas de interesse popular. Estejamos atentos, e que possamos lutar por ele. Façamos desse manifesto um despertar para a equidade, não só para o povo negro, mas para toda a nossa sociedade. Não permitiremos que a iniciativa de manutenção de símbolos confederados possa agredir a memória dos nossos antepassados por uma mentalidade marcada pelo retrocesso histórico. O nosso País tem uma dívida muito grande com a população negra e toda e qualquer atitude se faz necessária para corrigirmos distorções impostas por muito tempo. Portanto a nossa grita contra a romantização da história tem caráter educativo e visa contribuir para a reflexão, e para a necessidade de abolirmos todo tipo de preconceito e principalmente valorizar as origens do nosso povo.

Em vista dessa situação, nós, abaixo assinados, militantes do Movimento Negro, ativistas dos Movimentos Sociais, professores, acadêmicos, jornalistas, políticos e sindicalistas, negros e brancos, profundamente comprometidos com a superação das desigualdades raciais em nosso País, solicitamos o empenho de nossos representantes no poder legislativo e em todas as esferas públicas para proibição do uso de símbolos confederados em território brasileiro. Na certeza de podermos contar com Vossas Excelências na concretização de nossos anseios, subscrevemo-nos,

Atenciosamente,

ASSINAM ESTE DOCUMENTO:
ABUC – ASSOCIAÇÃO BRAGANTINA DE UMBANDA E CANDOMBLÉ
ACOUCAI – ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES AFRO-BRASILEIRAS E DE CULTURA POPULAR, INDAIATUBA – SP
ÁGUAS DE SÃO PAULO
ALDEIA DO PENA VERDE DE FRANCO DA ROCHA
ALESSANDRA REIS DO COLETIVO MANIA – MOVIMENTO DOS ATIVISTAS NEGROS E INDÍGENAS DE ARAÇATUBA/SP
ARMAC ASSOCIAÇÃO DOS RELIGIOSOS DE MATRIZ AFRICANA DE CAMPINAS E REGIÃO
ARTES CULTURAIS DA COMUNIDADE NEGRA (ACCONE)
ASSOCIAÇÃO 7 ATOS DE AMOR
ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE E CULTURAL CAROLINA MARIA DE JESUS – SBO
ASSOCIAÇÃO CULTURAL EGBÁ IFÁ ILÉ OBA, DA SOCIEDADE LEGBÁ DE VODÚ
ASSOCIAÇÃO CULTURAL KEWÊ CEJA TOY DOÇU DE SP
ASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRA MOTTA E CULTURA AFRO
ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA CULTURAL E ARTÍSTICA ALAGOARTE MESTRE PELÉ – ALAGOAS
ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA IDILE KAN – MAUÁ SP
AXÉ ILÊ OMO OYA DE CAMPINAS
BAQUE MULHER – BRASIL
BENEDITO SAMUEL BARBOSA – COMUNIDADE NEGRA QUILOMBO – SBO
CÂMARA DE CULTURA POPULAR E URBANA
CAPOEIRA ACADA CAMPINAS
CAPOEIRA MAYA MESTRE CLAUDINEI – INDAIATUBA
CASA DE CARIDADE PAI JOÃO DE OYÓ – SUMARÉ
CASA DE TRADIÇÃO E CULTO AFRO OSUN GBE NLE OFOJU OLA LAN MI
CASA DE UMBANDA E CARIDADE VOVÓ CATARINA DE ARUANDA DO RJ
CASA QUE? SÃO PAULO – SP
COLETIVO AFROPIRA – PIRACICABA
COLETIVO BOCA PRETA – SBO
COLETIVO CRISÁLIDA LGBT+ – AMERICANA
COLETIVO DANÇA AFRO E EXPRESSÕES
COLETIVO KIZOMBA
COLETIVO NEGRO MARGEM 31 – CAMPINAS
COLETIVO OCUPARTE – AMERICANA
COLETIVO POVO DA RUA DE CAMPINAS
COLETIVO PRETAS inCORPORAÇÕES – CAMPINAS
COLETIVO PULA CATRACA – AMERICANA
COMISSÃO DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL DE AMERICANA
CONSELHO MUNICIPAL DE PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE NEGRA DE PIRACICABA – CONEPIR
COOPERATIVA DE RECICLÁVEIS – JUNTOS SOMOS FORTES – SBO
COOPERATIVA DE RECICLÁVEIS – RECICLOPLAST – SBO
DEPUTADA ESTADUAL LECI BRANDÃO.
DIREÇÃO MUNICIPAL DO PARTIDO DOS TRABALHADORES – SBO.
ESCOLA DE CAPOEIRA RESISTÊNCIA MESTRE TOPETE – CAMPINAS
ESTRELA AFRICANA MESTRE LIGEIRINHO – BRASÍLIA
FEDERAÇÃO DE UMBANDA E CANDOMBLÉ – BRASÍLIA
FEUCEM – FEDERAÇÃO ESPÍRITA DOS CULTOS AFROS ESTRELA DO MAR- SP
FOESP – FÓRUM DAS COMUNIDADES DE TERREIRO E DE TRADIÇÕES DE MATRIZ AFRO-BRASILEIRA DO ESTADO DE SÃO PAULO
FORÇA DA RAÇA DE CAMPINAS
FÓRUM DA CIDADANIA – SANTA BÁRBARA D’OESTE
FRENTE PRÓ-COTAS UNICAMP – CAMPINAS
GEACAP GRUPO ESTILO ACROBÁTICO CAPOEIRA MESTRE MARQUINHOS – PIRACICABA
GRITO EXCLUÍDAS/OS DE AMERICANA
GRUPO DE CAPOEIRA ESTRELA AFRICANA MESTRE MUGONGA – MINAS GERAIS
GRUPO DE CAPOEIRA ZAMBI MESTRE AZULÃO – RONDÔNIA
HIP HOP CONSCIÊNTIZA
IBA CAPOEIRA MESTRE PIU PIU – MAUÁ SP
ILE ASE OMI ORUN EFON DE CAMPINAS
ILÈ AXÉ OBÁ ADAKEDAJO OMÍ ALADO DE INDAIATUBA
ILÊ OMI OLÁ ÀṢẸ ÒDE BÙSI DE PERUIBE
ILHE ASÉ ODÉ OFA COLE TENDA DE UMBANDA CABLOCO 7 FLECHAS DE HORTOLÂNDIA
INSTITUTO BAOBÁ DE CULTURA E ARTE (IBAÔ) – CAMPINAS
INSTITUTO CULTURAL ESTRELA DOURADA DE SP
INSTITUTO SÓCIO CULTURAL VOZ ATIVA
LIE OMONIBU AXÉ BEJE-ERO DE CAMPINAS
MAE MOVIMENTO AXÉ ECOLÓGICO
MARACATU ASÉ D’ORI – ARACAJÚ – SE
MARACATU ESTAÇÃO QUILOMBO – AMERICANA
MARACATU INGAZEIRO –MARINGÁ / PR
MESTRE MAYA – CAMPINAS
MNI-MOVIMENTO NEGRO DE IMBITUBA-SC
MOVIMENTO CULTURAL DARCY RIBEIRO – AMERICANA
MOVIMENTO NEGRO DE IMBITUBA MNI DE SANTA CATARINA
NÚCLEO DE CONSCIÊNCIA NEGRA TERESA DE BENGUELA PUC – CAMPINAS
NÚCLEO DE CONSCIÊNCIA NEGRA UNICAMP – CAMPINAS
NÚCLEO DE UMBANDA COMUNHÃO DA LUZ- RECANTO DAS ALMAS BENDITAS DE CAMPINAS
NÚCLEO UMBANDISTA DA CASA BRANCA
PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B) – AMERICANA
PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B) – CAMPINAS
PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B) – SBO
PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (PDT) – CAMPINAS
PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) – CAMPINAS
PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL) – AMERICANA
PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL) – CAMPINAS
SECRETARIA DA IGUALDADE RACIAL DA CTB – CENTRAL DE TRABALHADORAS E TRABALHADORES DO BRASIL
SINPRO – SINDICATO DE PROFESSORES – CAMPINAS E REGIÃO
SOI – SUPERIOR ÓRGÃO INTERNACIONAL DE UMBANDA E DOS CULTOS AFRO, LAGES – SC
TÂNIA MARA – SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO DE SANTA BARBARA D’OESTE
TEMPLO DE UMBANDA ESTRELA GUIA DE EMBU
TEMPLO DE UMBANDA MAMÃE OXUM, CABOCLO 7 PEDRAS E CABOCLO ITAJAE DE CAMPINAS
TEMPLO ESPÍRITA DE UMBANDA CABOCLO COBRA CORAL DE CAMPINAS
TEMPLO ESPIRITA OXALUFAN DE SUMARÉ
TEMPLO SAN MIGUEL DAS ALMAS DE CAMPINAS
TENDA DE OURO PAI FLEXA DOURADA DE HORTOLÂNDIA
TENDA DE UMBANDA ARAUTOS DA LUZ DE INDAIATUBA
TENDA DE UMBANDA CARIDADE, PAZ, AMOR DO PAI JOAQUIM DE ANGOLA DE PAULÍNIA
TENDA DE UMBANDA ESTRELA DA MANHÃ DE TAUBATÉ
TENDA VOVÔ TRINDADE DE ARUANDA E CIGANO YGOR
TERREIRO DA VÓ BENEDITA – CAMPINAS
TERREIRO DE UMBANDA FAMÍLIA DA FÉ DE MG
TERREIRO DE UMBANDA PAI OGUM E MESTRE ZÉ DE SP
TERREIRO FILHOS DE JUREMA FLECHEIRA DE ITU
TUHL TEMPLO DE UMBANDA HARMONIA E LUZ DE CAMPINAS
UNEGRO – UNIÃO DE NEGROS E NEGRAS- CAMPINAS
UNIÃO DE NEGRAS E NEGROS PELA IGUALDADE (UNEGRO) – AMERICANA
VEREADOR PROFESSOR PADRE SÉRGIO – PT AMERICANA

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