Carlos Bolsonaro e Adélio Bispo estiveram em clube de tiro no mesmo período
Carlos Bolsonaro esteve em clube de tiro no mesmo período que Adélio Bispo, aquele que esfaqueou seu pai. Nova revelação coloca em xeque inúmeras versões da família Bolsonaro sobre o caso. Atentado foi apontado por especialistas como fundamental para a eleição do atual presidente
Com base em matérias jornalistas e publicações nas redes sociais, um internauta fez uma apuração individual e levantou novos questionamentos sobre o atentado contra Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral de 2018.
Algumas informações são tão intrigantes que muita gente custa a crer que possam se tratar de meras “coincidências”. Foi constatado, por exemplo, que Adélio Bispo, o homem que esfaqueou Bolsonaro, esteve nos mesmos dias no mesmo clube de tiros que Carlos Bolsonaro, filho do presidente.
Adélio Bispo vivia na cidade de Montes Claros (MG) até 2017, mas em 2018 ele começou a viajar pelo Brasil e chegou até a cidade de São José (SC), Região Metropolitana de Florianópolis.
No dia 5 de julho de 2018, Adélio praticou uma hora de tiro esportivo no clube .38. Dois dias depois Carlos Bolsonaro desembarcou na mesma cidade e passou um final de semana inteiro confinado no mesmo clube de tiro, conforme postado pelo próprio vereador em seu Instagram.
Foi neste mesmo clube, inclusive, que Carlos se refugiou quando brigou com o pai depois que foi obrigado a retirar do canal do YouTube oficial da presidência um vídeo de Olavo de Carvalho.
A imprensa tradicional já havia noticiado, timidamente, que os filhos de Bolsonaro, como Carlos e Eduardo, frequentavam o mesmo clube de tirou que Adélio treinou. A mídia não revelou, porém, que Carlos e Adélio estiveram no mesmo local durante o mesmo período.
“Aqui começa a teoria de fato. Ninguém fica 24 horas dentro de um clube de tiro. Nesses dias, Carlos e Adélio estiveram nos mesmos espaços, possivelmente compartilhando de armas similares e montando um plano. Sim, é esse plano mesmo que você pensou”, publicou o autor do levantamento.
Adélio permaneceu em São José até agosto de 2018. A facada em Juiz de Fora (MG) aconteceu um mês depois, em setembro. Naquela ocasião, Carlos Bolsonaro acompanhava o pai na comitiva, algo que nunca tinha feito antes.
A apuração repercutiu nas redes. “Em alguns anos, quando for tarde demais, esse falso atentado entrará para a história”, escreveu um internauta. “Qualquer ser humano percebe que tem algo errado nessa história. As evidências são no mínimo intrigantes”, observou outro.
Confira o passo a passo da apuração:
NOVA TEORIA DA CONSPIRAÇÃO! ISSO É UMA OBRA DE FICÇÃO!
Já pensou se tudo que a gente sabe sobre o dia da facada estiver errado? Não, não estou falando que a facada foi mentira. A facada aconteceu e você não faz ideia de quem pode ter sido o responsável. Segue a thread:
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
A história começa de fato em 05 de julho, data em que Adélio desembarca em Santa Catarina. Nesse dia, ele fez uma hora de tiro no Clube .38, em São José. A aula custa R$600, um valor alto para uma pessoa desempregada. https://t.co/MnYoza5yy6 pic.twitter.com/dJtM8GT9Cj
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
A imprensa noticiou que esse clube de tiro era frequentado pelos filhos de Bolsonaro. Eduardo, por exemplo, esteve lá em 18 de maio. O que a imprensa não noticiou é que Adélio ficou em Santa Catarina até 20 de Agosto, e de lá foi para Juiz de Fora.
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
Agora a história começa a ficar interessante: sabe quem desembarcou para um final de semana inteiro no Clube .38 logo depois de Adélio passar por lá? Carlos Bolsonaro. Ele chegou no clube no dia 07 de julho: pic.twitter.com/qTUHSeLw0l
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
E continuou lá no dia 08 de julho: pic.twitter.com/ShUdCnUdPn
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
Não contente, permaneceu no clube no dia 09: pic.twitter.com/SHYxgiLgFX
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
Aqui começa a teoria de fato. Ninguém fica 24 horas dentro de um clube de tiro. Nesses dias, Carlos e Adélio estiveram nos mesmos espaços, possivelmente compartilhando de armas similares e montando um plano. Sim, é esse plano mesmo que você pensou.
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
O crime seria perfeito. Adélio, isolado por 45 dias em uma casa alugada de Santa Catarina, poderia planejar tudo. Prova disso é que ele estava em uma manifestação contra Michel Temer em 02 de Agosto, em Florianópolis https://t.co/6a1iwWrv2J pic.twitter.com/Cd4Kb0d5iE
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
Naquele fim de semana Carlos daria as diretrizes, e eles decidiriam, por exemplo, que Adélio usaria uma faca, e não uma arma. Adélio jamais conseguiria chegar com uma arma perto de Bolsonaro durante um compromisso de campanha, com o candidato sendo protegido pela PF
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
Além disso, teriam decidido por data e local: Juiz de Fora, 06 de setembro de 2018. Adélio seria o álibi perfeito para Carlos. Indicado por um amigo de Carlos que hoje está no exterior, após ter trabalhado em um sushibar de Curitiba. https://t.co/n4ob8TuaAO
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
Esse amigo não sabia para que Carlos precisava de alguém assim. Mas poderia ter dito que tinha um ex funcionário que chegou a militar pelo PSOL e depois passou a seguir a cartilha conservadora, com o adicional de ter passado por conversão religiosa e se vender como missionário.
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
Era o nome perfeito para jogar qualquer coisa nas costas da esquerda. Outra evidência de que tudo pode ter sido combinado desde julho é que em julho Carlos Bolsonaro se recusou concorrer a deputado pelo PSL.
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
Aí entra outro fato: Carlos Bolsonaro nunca acompanhava as viagens do pai, mas na de Juiz de Fora acompanhou. Mais do que isso: a viagem de Juiz de Fora a foi a ÚNICA em que Bolsonaro passou pelo meio do público.
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019
Bolsonaro estava se precavendo e falando em palcos separados, como aconteceu no Acre uma semana antes. Por influência dos militares da campanha, espacialmente o General Heleno, Bolsonaro passou a tomar mais precauções.
— Mohammed Al-Khwarizmi (@al_Khwariizmi) May 13, 2019