Ao lado de Bolsonaro, Ministro da Educação usa chocolatinhos para explicar cortes de investimentos nas universidades: "A gente só está pedindo para deixar pra comer depois de setembro". Presidente quase se engasga ao comer um chocolate
Ana Beatriz Rosa, Huffpost
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, usou a transmissão semanal desta quinta-feira (9) do presidente Jair Bolsonaro no Facebook para “desenhar” o contingenciamento de recursos para universidades federais.
“Tem muita gente que está espalhando o terror e coisas que não estão acontecendo”, disse, ao jogar barras de chocolate – Prestígio, Lollo e Chokito – sobre a mesa, ao lado de Bolsonaro.
Na última semana, Weintraub anunciou que iria bloquear 30% dos recursos das universidades federais do país. Em audiência nesta semana no Senado, ele disse que a medida não é um corte, e que se a economia voltar a crescer, os recursos podem ser descontingenciados.
“O senhor gosta de chocolate, presidente? E de prestígio? Eu vou oferecer para as moças, que para marmanjo eu não ofereço”, afirmou o ministro, antes de iniciar a explicação dizendo que tem um orçamento “que é de mais ou menos 100 chocolates”.
“A gente só está dizendo que 3 chocolatinhos e meio, desses 100… a gente não está falando que está cortado. A gente só está pedindo para deixar pra comer depois de setembro. Isso é segurar um pouco”, afirmou. “Sr. presidente, você já passou por isso – de ter uma época difícil e precisar segurar?”, completou. Bolsonaro pegou e comeu a metade do chocolate que Weintraub cortou.
O ministro disse ainda que “nesse momento em que está todo mundo apertando os cintos”, o Ministério da Educação “não está mandando ninguém embora”. “Todos os salários estão preservados. Se fosse numa empresa, seria diferente. Aqui, todo mundo está recebendo em dia. A gente também está falando que toda ajuda que o aluno recebe também está em dia.”
Weintraub disse que está disposto a conversar com todos os reitores que quiserem.
Assista ao vídeo
“A educação merecia um ministro de porte”, disse Bolsonaro. “Ele é professor e gestor. As universidades estão preservadas, não existe esse terror”, afirmou o presidente, completando que, “nos governos Lula e Dilma cortaram R$ 10 bilhões e ninguém falou nada”. “Nós não cortamos, deixamos pra mais tarde com o decorrer da nossa economia.”
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Bolsonaro será recebido por Bush nos EUA
O presidente também comentou sobre a viagem que vai fazer para os Estados Unidos na próxima semana, entre os dias 15 e 16.
Bolsonaro será homenageado em um jantar de gala oferecido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.
Inicialmente, o evento aconteceria em um museu de Nova York. Mas o destino precisou ser transferido após a direção da instituição negar receber Bolsonaro.
Após a decisão, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, afirmou que o presidente não era bem-vindo na cidade.
“Respeito o prefeito de NY em não me querer lá, mas não sei o que ele vai ganhar com isso. Estarei no Texas, serei recebido pelo ex-presidente Bush e farei a agenda que seria feita em NY”, afirmou Bolsonaro.
O presidente afirmou que de Blasio se comporta “como um radical”.
Presidente questiona estudos sobre violência e armas
Ainda na transmissão, o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre o decreto que dá direito ao porte de armas para caminhoneiros, advogados e jornalistas.
“Para o porte de armas, você tem que comprovar a necessidade. São algumas categorias incluídas, talvez faltem outras. Os caminhoneiros, os advogados, os jornalistas.. Tá vendo aí, não sou inimigo de vocês”, afirmou.
Sobre as críticas ao projeto, o presidente disse que não recebeu comentários de “ninguém que entende de armamento”.
“Só vi críticas dos especialistas de sempre, inclusive daquela [Ilona] Szabó. Eu queria que ela mostrasse na prática que as teses dela são as mais aconselhadas para combater a violência no Brasil”, disse.
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