Vizinhos relatam como a mulher que arrancou um bebê da barriga de uma jovem grávida de 9 meses montou uma farsa
Vizinhos de Clarissa Figueroa e pessoas que a seguem nas redes sociais notaram que nos últimos meses a mulher de 46 anos comportava-se de maneira estranha. Ela é acusada de matar a jovem Marlen Ochoa-Lopez, que estava grávida de 9 meses.
A polícia da cidade de Chicago (EUA) encontrou o corpo de Marlen em uma lata de lixo nos fundos da casa de Clarissa na última quarta-feira (15). A vítima de 19 anos teve o bebê arrancado de seu ventre após ser assassinada.
Uma vizinha que pediu para não ser identificada informou ao jornal local Chigado Sun Times que Clarissa Figueroa contava que estava grávida e dizia que sua gestação era um “milagre”.
No dia 23 de abril, data do desaparecimento de Marlen, a vizinha viu Clarissa na varanda da casa embalando um bebê em uma toalha antes de entrar em uma ambulância. Clarissa alegava, segundo a vizinha, que o bebê nascera espontaneamente. “Ela dizia que se levantou e o bebê saiu [de sua vagina].”
Ainda segundo a vizinha, havia sangue nas mãos e na camisa de Clarissa, mas suas pernas e sua bermuda estavam limpas. Após esse dia, Clarissa trocou mensagens de texto com a vizinha durante alguns dias, mas depois interrompeu o contato.
O comportamento extravagante de Clarissa durante sua falsa gestação levantou suspeitas em outros vizinhos, que afirmam que a mulher continuou a fumar cigarros e consumir bebida alcoólica no período em que dizia estar grávida.
Participantes do grupo “Help a Sister Out” no Facebook contam que também estranharam algumas publicações de Clarissa Figueroa. Foi justamente neste grupo que ela entrou em contato com Marlen oferecendo um carrinho de bebê e roupas grátis para o filho dela.
Adriana Floyd participa do grupo que é voltado para jovens mães e afirma que muita gente ficou surpresa ao ver Clarissa Figueroa começar a publicar, em fevereiro, sobre como estava preparando a sua casa para seu próximo filho — sendo que meses antes, os posts da mulher diziam respeito à “como se prevenir de futuras gravidezes”.
No grupo, Clarissa foi questionada se havia feito algum procedimento médico para estar apta a voltar a ter filhos, mas suas respostas eram vagas e ela esquivava-se das perguntas.
“Isso não fazia sentido para nós. A gente pensava: “Ou ela está mentindo, ou enlouqueceu”, conta Adriana Floyd. “Parecia que ela queria atenção.”
No dia 5 de março, Clarissa perguntou no grupo se alguma mãe daria à luz no mês de maio: “Quem é que vai chegar em maio? Onde estão as mães de maio?”
Naquele mesmo 5 de março, a jovem Marlen Ochoa-Lopez respondeu ao post de Clarissa e disse que estava precisando de roupas e suprimentos para o seu bebê que nasceria antes do dia 10 de maio. Investigadores da polícia de Chicago acreditam que foi nesse dia que Clarissa selecionou a sua vítima.
Piotr Pete Bobak, namorado de Clarissa, também participou de toda a farsa e a polícia afirmou que ele ajudou a esconder o corpo de Marlen. Em sua página no Facebook, Piotr escrevia que sua mulher estava esperando um filho e divulgava imagens de ultrassons desde o ano passado.
Os investigadores acreditam que o casal mantinha uma espécie de “gravidez permanente”, sempre esperando a oportunidade de encontrar uma vítima e colocar o seu plano em prática: sequestrar uma criança ou, em último caso, matar uma mãe e retirar o bebê à força — o que se concretizou.
Outra linha de investigação acredita que Clarissa, de fato, possa ter engravidado no ano passado, mesmo aos 46 anos, mas não conseguiu manter a gravidez e, desde então, o casal enlouqueceu.
Dias depois de assassinarem Marlen e arrancarem o bebê de sua barriga, Clarissa e Piotr iniciaram uma campanha no site GoFundMe para levantar dinheiro para o funeral da criança.
Eles diziam que o menino apresentava quadro irreversível de saúde e pediam US$ 9.000. No dia 8 de maio, Piotr Bobak compartilhou a campanha em suas redes sociais e escreveu a seguinte legenda: “Meu filho é um lutador por ter chegado até aqui. Mas não lhe resta muito tempo. As funções cerebrais estão danificadas.”
Passado
Em julho de 2017, Clarissa Figueroa anunciou no Facebook que o seu filho de 26 anos havia morrido. O Instituto Médico Legal de Chicago confirmou a morte do rapaz. Na época da morte do filho adulto, Clarissa também realizou uma campanha no Facebook para arrecadar fundos para arcar com as despesas do funeral.
Até o último dia 15 de maio, Clarissa Figueroa era considera uma pessoa insuspeita e sem passagens pela polícia. Piotr Bobak, por sua vez, foi preso várias vezes nos últimos 20 anos sob acusações de lesão corporal e roubo.
A polícia afirma que vai investigar se Clarissa já cometeu outros crimes semelhantes e também deve apurar as circunstâncias da morte do seu filho adulto.
Piotr Bobak, Clarissa Figueroa e sua filha de 24 anos, Desiree Figueroa, responderão por assassinato. Saiba mais sobre este caso clicando aqui.
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