Jair Bolsonaro

12 parentes da ex-mulher do presidente foram nomeados pelo clã Bolsonaro

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Investigação do Ministério Público revela que clã Bolsonaro nomeou em cargos públicos 12 familiares da ex-mulher do presidente

Jair Bolsonaro: e os filhos Carlos, Flávio e Eduardo (Imagem: Reprodução Flickr)

Otávio Augusto, Metrópoles

O Ministério Público do Rio de Janeiro identificou que ao menos 12 parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e mãe do filho mais novo dele, Jair Renan, foram nomeados em cargos comissionados nos gabinetes da família. A própria Ana Cristina trabalhava com Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) na Câmara de Vereadores do Rio. As contratações podem configurar nepotismo, pois a mulher viveu em união estável com o presidente entre 1998 e 2008. As informações são da revista Época.

Entre as nomeações, está a do pai de Ana Cristina, José Cândido Procópio da Silva Valle, a irmã Andrea Siqueira Valle, os primos Juliana Vargas, Francisco Diniz e Daniela Gomes e os tios Guilherme Hudson, Ana Maria Siqueira Hudson, Maria José de Siqueira e Silva e Marina Siqueira Diniz. Os parentes foram nomeados para exercer cargos de confiança no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), entre 2007 e o ano passado.

Segundo documentos do Ministério Público fluminense, revelados pela revista Época nesta quarta-feira (15/05/2019), ao menos cinco deles também trabalharam como assessores no gabinete de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, entre 2002 e 2007. Nesse período, estavam lotadas em Brasília a irmã de Ana Cristina, Andrea Siqueira Valle, a prima Juliana Vargas, a mãe, Henriqueta Guimarães Siqueira Valle, o irmão, André Luiz Procópio Siqueira Valle, e o primo André Luiz de Siqueira Hudson.

Guilherme e Ana Maria Hudson, tios de Ana Cristina, recebiam salário bruto de R$ 9,8 mil cada enquanto trabalhavam para Flávio. A irmã Andrea e os primos Juliana e Francisco, R$ 7,3 mil. Já as tias Maria e Marina e a prima Daniela recebiam R$ 4,4 mil, R$ 5,9 mil e R$ 6,4 mil, respectivamente.

Os nomes foram identificados após decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) de quebrar os sigilos fiscal e bancário no caso que investiga o ex-policial militar Fabrício Queiroz e o senador Flávio Bolsonaro. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações atípicas nas contas bancárias de Queiroz.

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Para especialistas ouvidos pela reportagem, as contratações ferem a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe o nepotismo nos três poderes, e o Decreto nº 9.727 editado neste ano pelo presidente e que impõe regras para pessoas que desejem ocupar cargos em comissão e funções comissionadas na administração federal direta, incluindo autarquias e fundações.

Segundo os professores de direito público, um parlamentar pode, em um caso como esse, responder por improbidade administrativa.

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