PM posta foto a caminho dos protestos de estudantes e professores e diz que vai "brincar com os comunas". Publicação é acompanhada por figurinhas de bombas e explosivos. Episódio será investigado
O Governo do Distrito Federal abriu um processo administrativo contra um policial militar que publicou hoje uma foto com o seguinte texto:
“E vamos todos para o extra na Esplanada brincar com os comunas”. O homem aparece dentro de um veículo que seguia para a Esplanada dos Ministérios, onde ocorreu uma marcha contra os cortes de verbas feitos na educação.
A foto foi publicada no perfil de uma pessoa identificada como Rodrigo Jardim, que é restrito a usuários que recebam permissão do proprietário.
Na legenda, ele informa que é do 13º batalhão e também exalta o trabalho da Polícia Militar. Por nota, a corporação informou que a imagem chegou ao conhecimento da PM e está sendo analisada. A Secretaria de Segurança também se manifestou.
“A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) informa que a postagem do policial militar não condiz com o elevado padrão profissional da Polícia Militar do DF, além de contrariar normas de conduta preconizadas pela SSP-DF. A pasta determinou que seja aberto procedimento administrativo para análise do caso”, diz a secretaria, em nota.
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF acionou a corregedoria da PM para apurar o caso.
“A publicação é grave ameaça aos direitos humanos e à liberdade de protesto, ambos garantidos pela Constituição Federal. Essa violação precisa ser investigada pelas autoridades competentes. Não vamos aceitar que essa conduta fique impune”, disse o deputado distrital Fábio Felix (PSOL-DF), presidente da comissão.
Manifestações pela educação
Em uma quarta-feira emblemática, milhares de estudantes, professores e servidores tomaram as ruas do Brasil para protestar contra os cortes na educação anunciados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Em visita a Dallas, nos Estados Unidos, Bolsonaro declarou que os manifestantes são “idiotas úteis” e “massa de manobra”.
“Ao chamar o educador de um ‘idiota útil’, o presidente mostra o quanto ele desrespeita a profissão que é responsável por formar os demais profissionais e não tem noção do papel desta categoria na formação dos brasileiros”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação.
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