Diretora demitida da Apex desabafa: "Estou pagando o preço. Sofri pressão de dentro do governo pela manutenção de contratos espúrios, além de ameaças e difamações"
A ex-diretora da Agência de Promoção à Exportação (Apex), Letícia Catelani, destituída do cargo pelo novo presidente da agência, o militar Sérgio Segóvia, disse em suas redes sociais que sofreu pressão do governo de Jair Bolsonaro pela manutenção de “contratos espúrios” e que agora “paga o preço” por ter combatido a corrupção.
“Combati incansavelmente a corrupção e fechei as torneiras que a alimentavam“, escreveu Letícia em seu Twitter.
“Estou pagando o preço. Sofri pressão de dentro do governo pela manutenção de contratos espúrios, além de ameaças e difamações. Não me intimidei! Gratidão pelo apoio e o movimento.”
Ela e outro diretor, Márcio Coimbra, também demitido, são nomes que tinham sido indicados pelo chanceler Ernesto Araújo.
Desde janeiro, a Apex se tornou um dos principais focos de embate entre “olavistas“ – seguidores do escritor Olavo de Carvalho, como o chanceler – e militares, com embates, principalmente, entre Letícia e os dois últimos presidentes. O próprio Olavo de Carvalho está em atrito público com militares ligados ao governo.
Saiba mais:
Olavo mantém ataques a militares após mensagem de Bolsonaro
Condecorações a Olavo, Eduardo e Flávio Bolsonaro fogem do padrão
No comando da Apex, Segóvia é contra-almirante na Marinha e atuou em diversas áreas do órgão. Em nota, a agência informou que, “na área de comércio exterior, foi responsável pelos processos de logística e de aquisição internacional, quando encarregado do grupo de recebimento de navio no estrangeiro. É fluente nos idiomas inglês e espanhol“.
Leia também:
Bolsonaro cede a pressão de parlamentares e decide recriar dois ministérios
Jair Bolsonaro não se compromete com lista tríplice da PGR
Jair Bolsonaro é diferente de tudo o que já se viu no Brasil
Governo Bolsonaro vira grande farra para parentes e amigos
Matheus Lara, Agência Estado
Siga-nos no Instagram | Twitter | Facebook