Reprovado em fevereiro na avaliação para assumir uma gerência executiva da Petrobras, amigo do presidente Jair Bolsonaro é nomeado como assessor da presidência da estatal. Salário do cargo gira em torno de R$ 55 mil
Carlos Victor Guerra Nagem é amigo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) há quase 30 anos. Nesta semana, a amizade de longa data foi coroada com a nomeação no cargo de assessor especial da presidência da Petrobras. O salário gira em torno de R$ 55 mil.
Em fevereiro deste ano, Carlos Nagem foi reprovado na avaliação para assumir uma gerência executiva da Petrobras. Ao contrário da gerência executiva, a assessoria da presidência não tem como pré-requisito a experiência em cargos de chefia.
Como noticiou Pragmatismo Político em janeiro, a indicação de Carlos Nagem para a gerência executiva foi defendida por Bolsonaro, mas barrada pelo comitê interno que analisa as nomeações, já que o amigo do presidente não cumpria os pré-requisitos mínimos para a função.
A nomeação causou polêmica e chegou a ser questionada por sindicatos, que alertaram sobre descumprimento do plano de cargos da companhia. Na época, o presidente da Petrobras negou motivação política na indicação.
Durante a campanha eleitoral de 2018, Jair Bolsonaro repetiu dezenas de vezes o chavão “a farra vai acabar” — a expressão referia-se, entre outras coisas, ao fim de nomeações políticas para cargos públicos. No entanto, ao assumir o poder, o presidente manteve as fórmulas que criticava em seus antecessores.
Petrobras
Em nota, a Petrobras afirma que Carlos Nagem atuará em projetos especiais da área de Inteligência e Segurança Corporativa, entre os quais o programa de proteção de dutos.
A estatal afirma ainda que Nagem é mestre em administração pela Coppead/UFRJ e leciona há dez anos no ensino superior. Ele é capitão tenente reserva da Marinha.
Nagem já se candidatou pelo PSC duas vezes sob a alcunha Capitão Victor, mas não conseguiu votos suficientes para se eleger. Em 2002, disputou vaga de deputado federal pelo Paraná e, em 2016, se candidatou a vereador em Curitiba.
“É um homem, um cidadão que conheço há quase 30 anos. Um homem de respeito, que vai estar à disposição de vocês na Câmara lutando pelos valores familiares. E quem sabe no futuro tendo mais uma opção para nos acompanhar até Brasília”, disse Bolsonaro em 2016 ao pedir votos para o amigo.
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