Estudante morreu com tiro na nuca e polícia não descarta feminicídio
"Sinistro demais", dizem investigadores sobre desaparecimento e morte de Marcela Oliveira. Além de feminicídio, outras linhas de investigação também são consideradas
Marcela de Souza Oliveira, de 26 anos, foi encontrada morta no último sábado (1) em um rio em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense (RJ). A estudante universitária estava desaparecida desde segunda-feira (27).
A polícia informou que o corpo de Marcela estava em avançado estado de composição. Segundo a perícia, ela morreu com um tiro na nuca. A investigação do caso é mantida em sigilo, mas não está descartada a hipótese de feminicídio.
No local onde o corpo foi encontrado, também foram achados uma bolsa com todos os pertences e um casaco da estudante. O pai identificou a filha devido a uma tatuagem. O sepultamento de Marcela aconteceu nesta segunda-feira (3).
O corpo de Marcela estava em um local de difícil acesso, a cerca de 40 minutos da casa do seu namorado, Willian Santos. Ele contou que saiu de casa cedo na segunda-feira (27/5) para trabalhar e que deixou Marcela dormindo.
“Saí cedo de casa. Ela ficou dormindo, daria comida para as cachorras e depois encontraria os pais mais tarde para almoçar, mas quando cheguei à noite, ninguém sabia onde ela estava”, relatou.
A família passou uma semana buscando informações sobre o paradeiro da vítima. Mensagens em redes sociais foram postadas na internet na tentativa de localizar a estudante.
Investigação
A apuração do caso está sob a responsabilidade da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Além de feminicídio, outras linhas de investigação também são consideradas. Um dos investigadores classificou o caso como “sinistro demais”.
Ao menos cinco pessoas, entre parentes e vizinhos do local onde a mulher desapareceu, já foram ouvidas. O crime de feminicídio, conforme a polícia, não é necessariamente cometido por alguém próximo à vítima.
Os pais de Marcela também conversaram com os policias. Eles descartaram a hipótese de que ela tivesse alguma rixa com alguém ou estivesse sofrendo ameaças.
Uma perícia revelou ainda que não houve arrombamento na casa de Marcela e nem sinais de luta corporal dentro da casa. Também não foram encontrados sinais de sangue.
Marcela foi vista pela última por Maria da Penha Oliveira, sua mãe. Ela estava na casa do namorado, onde passou a noite e ali combinou de almoçar com os pais.
Maria Penha disse que horas antes de a filha desaparecer falou com ela. A jovem disse que colocaria comida para as cachorras e ia para casa. Desde então, a família não teve informações da universitária. Os pais da jovem, ainda no sábado, afirmaram ter certeza de que ela havia sido assassinada.