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Ex-presidente do Egito morre durante audiência em tribunal

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Primeiro presidente democraticamente eleito do Egito, Mohamed Mursi chegou ao poder em junho de 2012, na esteira da Primavera Árabe, mas ficou apenas um ano no poder. Ele foi destituído por um golpe militar, em meio a uma série de protestos contra seu governo

Mohamed Mohamed Morsi Issa al-Ayyat (Imagem: AFP)

O ex-presidente egípcio Mohamed Mursi morreu nesta segunda-feira (17) durante uma audiência em um tribunal no Cairo, informou a televisão estatal do país.

Mursi, 67, teria se sentindo mal ao final da sessão. Ele começou a ficar sem ar e, pouco depois, acabou morrendo, afirmou a imprensa local. Ainda não há um anúncio oficial do que ocorreu.

De acordo com um promotor, Mursi falou ao juiz durante 20 minutos e, em seguida, desmaiou dentro da jaula colocada dentro da corte. Foi levado rapidamente ao hospital, onde morreu mais tarde. Ainda segundo este promotor, a autópsia não mostrou sinais de ferimentos recentes no corpo do ex-presidente.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, aliado do ex-mandatário egípcio, fez uma homenagem a Mursi, chamando-o de “mártir“.

Primeiro presidente democraticamente eleito do Egito, ele chegou ao poder em junho de 2012, na esteira da Primavera Árabe, que derrubou o ditador Hosni Mubarak.

A vitória por meios democráticos marcou uma mudança radical na história do país, cuja escolha de líderes, desde o fim da monarquia, em 1952, era baseada no apoio de militares.

Líder da Irmandade Muçulmana no país, Mursi prometeu uma agenda islâmica moderada que colocaria o Egito em uma nova era democrática, na qual a autocracia seria substituída por um governo transparente, com respeito por direitos humanos e que traria de volta a riqueza de um poderoso país árabe em declínio.

Ele acabou sendo derrubado um ano depois, em julho de 2013, por um golpe militar, em meio a uma série de protestos contra seu governo. O novo regime logo prendeu o ex-presidente, baniu a Irmandade Muçulmana e deteve uma série de intelectuais e políticos adversários.

Mursi atualmente cumpria pena de 20 anos pela morte de manifestantes durante os protestos em 2012 e de prisão perpétua por espionagem em um caso relacionado ao Catar —ele negava todas as acusações.

O ex-presidente ainda era julgado por outras acusações, incluindo uma por espionagem por contatos suspeitos com o grupo palestino Hamas, que tinha fortes laços com a Irmandade Muçulmana —a audiência desta segunda era sobre este caso. ​

Fontes da área de segurança afirmam que o ministério do Interior declarou na segunda-feira estado de alerta na província de Sharqiya, no delta do Nilo, terra natal de Mursi, onde o corpo é esperado para a realização do funeral.

O advogado de Mursi, Abdel-Menem Abdel-Maqsood, declarou à agência de notícias Reuters que o estado de saúde do ex-presidente na prisão era precário. “Nós fizemos diversos pedidos para tratamento, algumas foram aceitas, outras não.”

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AFP e Reuters

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