Estadão e setores de inteligência do governo Bolsonaro afirmaram que o "arsenal" contra Sergio Moro teria se esgotado. Glenn Greenwald rebate, sinalizando que haverá uma 'bomba' nesta sexta-feira
RBA
O fundador e editor-chefe do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, ironizou nota do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta sexta-feira (28).
Integrantes da inteligência do governo Bolsonaro, segundo a nota, teriam dito que o “arsenal” de vazamentos contra o ministro da Justiça, Sergio Moro, teria se esgotado. “Os próximos capítulos seriam sobre conversas entre Deltan Dallagnol e outros procuradores”.
Pelo Twitter, Greenwald classificou a nota como “desespero”. “Vamos esperar até o final do dia – hoje – e depois me dizer se o que o @Estadao publicou aqui hoje é verdade ou não. Eu acho que a resposta será bem clara”, afirmou o editor do The Intercept, anunciando que novos trechos das conversas entre Moro e procuradores serão revelados na noite desta sexta-feira (28).
Na sequência, foi ainda mais sarcástico – “rindo muito”, escreveu. “De todos os dias para afirmar isso, hj é o pior dia possível para eles. E obviamente, eles não têm ideia do que temos, então por que fingir?”, disse o jornalista. “Quando confundimos nossos desejos e esperanças com a realidade: nunca saudável”, acrescentou.
Na última terça-feira (25), ele reagiu às tentativas, por parte dos parlamentares da base do governo Bolsonaro, de criminalizar os vazamentos (relembre aqui).
“A Constituição protege e garante a liberdade de imprensa contra os ataques que Sergio Moro e o partido do governo estão tentando fazer. Ninguém tem medo do seu partido. Nossa redação, os jornalistas brasileiros que estão agora trabalhando com essa reportagem para continuarmos publicando esses documentos até o final. Nem seu partido, nem o governo do Bolsonaro, nem Sergio Moro podem fazer nada para impedir isso”, respondeu Greenwald durante audiência na Câmara dos Deputados.
As últimas conversas reveladas pelo The Intercept mostram o procurador Deltan Dallagnol defendendo o direito dos jornalistas de publicar materiais obtidos de forma ilegal, que agora tentam criminalizar.
Antes o então juiz Sergio Moro foi flagrado preocupado em não “melindrar” o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, após denúncia contra ele na Lava Jato ter sido divulgada.
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O conjunto de mensagens trocadas com Dallagnol revelam ainda Moro preparando os procuradores para a oitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive sugerindo testemunhas e orientando o Ministério Público a emitir nota para reforçar pontos da condenação contestados pela defesa, escancarando conluio montado entre juiz e a acusação.
Veja o que o The Intercept já revelou até agora:
♦ Parte 1
♦ Parte 2
♦ Parte 3
♦ Parte 4
♦ Parte 5
♦ Parte 6
♦ Parte 7
♦ Parte 8