Imprensa internacional repercute que Sergio Moro e Deltan Dallagnol agiram com objetivo eleitoreiro. Conversas vazadas ganham destaque nos principais jornais do mundo
A imprensa internacional repercute a manipulação da Lava-Jato com fins eleitoreiros para incriminar um grupo político em específico no Brasil. As conversas foram vazadas em três reportagens publicadas pelo The Intercept.
O francês Le Monde pergunta: “e se o grande escândalo de corrupção da história do Brasil tivesse sido manipulado?”. O periódico também destaca as revelações de conspiração para impedir que Lula chegasse à presidência.
“Brasil: juízes teriam conspirado para impedir volta de Lula”, diz o jornal francês Libération. Logo cedo, o Le Point, também da França, publicava: “Brasil, Lava Jato, investigação para impedir o retorno de Lula ao poder”.
“Reviravolta no caso Lula”, publicou o suíço Tribune de Genève. “Os responsáveis da operação Lava-Jato conspiraram para impedir o retorno do ex-presidente de esquerda Lula ao poder no ano passado”, escreveu o jornal.
O jornal suíço destaca ainda que “outras mensagens revelam também que os procuradores tinham ‘sérias dúvidas sobre as provas suficientes para a culpabilidade de Lula’ no caso de obtenção de um triplex como propina”.
O periódico observa que a condenação impediu Lula, “favorito das intenções de voto na época, de se candidatar às eleições presidenciais outubro passado” e que ele “não parou de clamar sua inocência e de se dizer vítima de uma conspiração política destinada à impedi-lo de se candidatar a um terceiro mandato, depois de 2003 e 2010”.
Ainda na Suíça, o Le Temps fala em “reviravolta no Caso Lula” em sua manchete, com um texto que conta como “autoridades das investigações anti corrupção da Lava Jato manobraram para impedir o retorno do ex-presidente Lula ao poder no ano passado, em reportagem baseada em vazamentos potencialmente explosivos”.
O La Vanguardia, de Barcelona, diz em sua página principal que “procuradores brasileiros não tinham provas contra Lula”, no que descreveu como “conspiração para impedir a volta do PT ao poder”.
A publicação repercutiu que, “em plena campanha eleitoral, os procuradores da mega investigação que haviam conseguido seu objetivo de prender Lula se sentiam preocupados”. Destacou: “Ando muito preocupado com uma possível volta do PT mas rezei muito para que Deus ilumine nossa população e que um milagre nós salve’, disse um procurador”.
“Investigação jornalística põe em dúvida a imparcialidade da operação Lava Jato”, publicou o El País. O jornal espanhol diz que uma “extensa reportagem” do The Intercept “indica que o juiz mantinha conversas privadas com o procurador durante a investigação que mandou Lula à prisão”, o que o El País explica ser “algo proibido pela Constituição e pelo Código Penal brasileiro”.
“Moro combinou estratégias com Ministério Público contra Lula”, afirma o Diário de Notícias, de Portugal, em sua página principal. O periódico de Portugal chama a atenção para o fato de que “numa das trocas, o ex-juiz discorda até da tentativa do MPF de adiar um depoimento de Lula”.
Outro meio que colocou o escândalo em destaque em sua página principal foi o portal russo RT. O periódico relata as “discussões internas e atitudes altamente controversas, politizadas e legalmente duvidosas da equipe de trabalho de Lava Jato”.
No México, o La Jornada publicou que “os promotores brasileiros ligados à Operação Lava Jato, liderados Deltan Dallagnoll, falaram abertamente sobre seu desejo de evitar que o Partido dos Trabajadores (PT) ganhasse a eleição presidencial de 2018”.
O jornal argentino Página/12 chamou o caso de “Brasilgate”. “Se, até agora, Moro e Dallagnol puderam manter o segredo sobre como armaram o complô judicial, ele começa a rachar com os dados revelados pelo Intercept. (…) Os materiais contêm pistas de que os fiscais da força-tarefa falavam abertamente de seu objetivo de frear um triunfo do PT nas eleições de outubro de 2018”, afirma o periódico.
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