Redação Pragmatismo
Barbárie 26/Jun/2019 às 18:54 COMENTÁRIOS
Barbárie

Jovens torturam menina de 14 anos até a morte e filmam crime

Publicado em 26 Jun, 2019 às 18h54

Tortura e morte de adolescente em praia de Pernambuco foram registradas em vídeo. “Minha filha só tinha 14 anos. Não merecia isso. Tinha a vida pela frente”, desabafa mãe

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Adolescentes filmaram tortura a menor em Paulista, no Grande Recife (Reprodução/WhatsApp)

Raissa Sotero Rezende, de 14 anos, foi torturada e morta por duas adolescentes de 15 anos na Praia de Maria Farinha, em Paulista, Região Metropolitana do Recife (PE). O crime aconteceu na manhã desta terça-feira (25).

As responsáveis pelo crime registraram toda a barbárie em um vídeo gravado no celular que foi divulgado em grupos de WhatsApp. Segundo a polícia, o crime teria sido motivado por ciúmes.

“Minha filha só tinha 14 anos. Não merecia isso. Tinha a vida pela frente”, lamentou a mãe da jovem. A mãe, o pai e o namorado de Raissa estavam em estado de choque ao chegarem no Instituto Médico Legal (IML).

“Não desabei ainda. Ainda tô inteiro aqui, mas estou destruído por dentro. Estou tentando me manter inteiro para dar continuidade a todo esse processo”, afirma o pai, em referência ao velório e ao enterro da filha.

As duas meninas agrediram a vítima com socos e pontapés, deram golpes de faca e tentaram afogá-la no mar. Nas imagens divulgadas pela internet, é possível ver a vítima sendo espancada. A garota está vestida com roupas da Rede Municipal de Ensino do Recife. A blusa dela está ensanguentada, por causa das agressões sofridas.

As adolescentes foram apreendidas e encaminhadas à Unidade de Atendimento Inicial (Uniai) da Funase, onde seguem à disposição da Justiça.

Lei Maria da Penha

A Polícia explicou que a Lei Maria da Penha pode ser aplicada no crime. Isto porque Raissa e uma das meninas que aparecem no vídeo gravado tiveram um relacionamento no ano passado e, mesmo separadas, a vítima era alvo de constantes assédios e perseguições da agressora.

Na época em que namoraram, Raíssa morava com o pai e a avó. No auge do relacionamento, a menina chegou a ficar quase dois meses fugida de casa, junto da ex, para desespero da família. Ao retornar, se separou. Queixava-se de agressões constantes com faca e queria outro rumo para a vida.

As investidas eram tantas que motivaram a jovem a trocar de escola e ir morar com a mãe. Não adiantou: segundo os familiares, a ex continuou a perseguição, até que descobriu o novo colégio que Raissa estudava. E nesta terça-feira ela teria sido atraída a entrar em um carro e ir à praia, onde foi assassinada.

O pai de Raíssa disse que nunca aprovou a relação da filha com a ex. “Não pelo fato de ser minha filha namorando com uma menina. Se fosse uma outra menina, uma pessoa boa, não teria problema nenhum, mas pelo fato do caráter da pessoa”, afirmou.

Embora tenha existido um relacionamento entre a vítima e a agressora, a polícia descarta enquadrar o caso na Lei do Feminicídio. “Aparentemente não havia uma relação de menosprezo por ser mulher”, explicou o delegado Alvaro Muniz, responsável pela autuação.

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