Sergio Moro muda versão em busca de narrativa salvadora
“Os hackers podem ter escrito algumas daquelas mensagens em meu nome”, diz Sergio Moro em reunião a portas fechadas com sete senadores. Nova versão foi apresentada pelo ministro mais de 72 horas após o escândalo. Telegram reitera que contas não foram hackeadas
Em uma reunião a portas fechadas com sete senadores do bloco parlamentar Vanguarda (DEM, PL e PSC), o ministro Sergio Moro contou aos parlamentares uma nova versão sobre os diálogos revelados pelo The Intercept.
“Os hackers podem ter escrito algumas daquelas mensagens em meu nome”, disse o ministro, segundo o relato dos senadores Wellington Fagundes (PL-MT) e o vice-líder do DEM, senador Marcos Rogério (DEM-RO).
Os parlamentares disseram que ficaram surpresos com a nova fala do ministro. Em seguida, Moro se disse preocupado com o que ele considera ser uma novela, que é a divulgação de seu sigilo em capítulos.
Nos primeiros dias após as denúncias do The Intercept, Moro e Dallagnol limitaram-se a dizer que o conteúdo revelado não continha nenhuma ilegalidade. Mas reclamaram que as conversas foram obtidas de maneira ilícita.
Após a repercussão do consenso — sobretudo no meio jurídico — de que as mensagens são realmente comprometedoras e inaceitáveis em qualquer lugar do mundo, Moro e Dallagnol mudaram ou foram orientados a mudar a narrativa em busca de salvação.
Relembre:
— Moro abandona coletiva e diz que não viu “nada demais” nos conteúdos das mensagens
Com o auxílio da Rede Globo, o ministro e o procurador também estão se esforçando para tentar desqualificar o jornalista Glenn Greenwald, um dos profissionais mais respeitados em sua área.
Subordinada a Sergio Moro, a Polícia Federal abriu nada menos do que quatro inquéritos para apurar como as mensagens chegaram nas mãos da equipe do The Intercept.
A PF busca fazer valer a tese de que Moro e Dallagnol foram hackeados. O aplicativo Telegram manifestou-se repetidas vezes afirmando que não houve sinal de invasões hackers em suas contas.