Depois de 7 horas de audiência para explicar as ilegalidades da Lava Jato, Sergio Moro abandona sessão por conta de analogia do deputado Glauber Braga (PSOL). Ao se retirar do local, ministro foi chamado de "fujão"
A audiência conjunta de três comissões da Câmara que ouviu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acabou em confusão e gritaria.
O tumulto começou depois que o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) fez uma analogia entre a atuação do ministro como magistrado e um árbitro de futebol que toma um dos lados, prejudica o outro e depois vira dirigente da equipe. O parlamentar ainda afirmou que Moro entrará para a história como um “juiz ladrão”.
O deputado começou a sua explanação dizendo que não faria perguntas a Moro. Segundo o parlamentar, o ministro da Segurança Pública não responderia a nenhuma das indagações feitas por ele de qualquer forma. “Então, vou apenas fazer uma analogia”, disse Braga.
Dessa forma, Braga citou um jogo de futebol onde um suposto juiz marcaria um pênalti indevido. Diante do comentário, alguns parlamentares da base já demonstraram irritação.
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“O senhor vai entrar para história como um juiz ladrão e corrompido que ganhou uma recompensa para fazer com que a democracia brasileira fosse atingida”, disse. Depois de um dia de oscilação entre momentos de tensão e provocação com horas de relativa calmaria, foi o que bastou para a sessão virar uma enorme confusão.
Parlamentares do PSL e de outros partidos governistas ficaram inconformados e partiram para cima de Braga. Sergio Moro aproveitou o momento para abandonar a sessão, sob coro de “fujão” e “ladrão”.
Poucos minutos depois, a pedido da base governista, a sessão foi retomada, mas sem a volta de Moro. Às 21h45, a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) encerrou oficialmente a reunião, alegando que Moro tinha ido embora “sem esperar o desenrolar da situação”.
Sergio Moro, ao sair da sala atrás do plenário da CCJ, falou rapidamente e afirmou que apenas abandonou a sessão por causa de Glauber. “Um deputado despreparado, que não guarda o decoro parlamentar, fez ofensas inaceitáveis. Tivemos que encerrar a sessão e a culpa é desse deputado. Glauber, acho, Glauber alguma coisa. Sabe Deus de onde veio isso aí”, disse.
O advogado Glauber braga é um dos deputados mais atuantes da Câmara Federal. Foi eleito em 2010 com 50 mil votos e em 2014 reeleito com mais de 82 mil votos.
Glauber é ex-presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Em 2016, seu voto contrário à admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff foi um dos mais repercutidos na imprensa:
“Eduardo Cunha, você é um gangster. O que dá sustentação a sua cadeira cheira a enxofre. Eu voto por aqueles que nunca escolheram o lado fácil da história. Voto por Marighella, por Plinio de Arruda Sampaio, por Luis Carlos Prestes, eu voto por Olga Benário, eu voto por Zumbi dos Palmares, eu voto não”
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