Deputado que deu troféu a Sergio Moro durante audiência na Câmara é campeão em processos. Nenhum outro parlamentar no exercício do mandato é alvo de mais acusações criminais do que ele. Ministro recebeu a homenagem sorridente
O deputado que entregou uma réplica do troféu da Champions League ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, é campeão em processos no Congresso Nacional.
Em seu primeiro mandato federal, Boca Aberta (Pros-PR) é alvo de mais de 20 ações por crimes eleitorais, de injúria, calúnia e difamação na Justiça estadual do Paraná.
Nenhum outro parlamentar no exercício do mandato é alvo de mais acusações criminais do que ele. As informações são do Congresso em Foco.
Boca Aberta contou que imaginava uma forma de homenagear o ministro há mais de duas semanas. “É o homem da mais alta conduta. Tinha que dar algum troféu a ele contra a corrupção. Fui atrás da taça no tamanho da original”, explicou.
Durante a audiência de Sergio Moro em reunião conjunta de três comissões da Câmara, nessa terça-feira (2), Boca Aberta surpreendeu o conterrâneo ao dizer que entregaria a ele um prêmio cobiçado por craques como Neymar e Messi.
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“Sergio Moro, neste momento entrego o troféu da Champions League ao senhor, que equivale aqui na gravura fiz questão de colocar: Sergio Moro, a maior estrela de combate à corrupção brasileira. Beijo no coração, Sergio Moro, a paz de Deus.”
Uma montagem feita no Instagram reproduz a cena ao som do hino da Champions, o campeonato de clubes mais importante do mundo. Boca Aberta ainda se ajoelhou diante de Moro em sinal de reverência. Sorridente, o ministro mostrou discretamente o troféu e o guardou.
Para o deputado, os diálogos atribuídos a Moro que sugerem que ele orientou a força-tarefa da Lava Jato nas investigações não podem diminuir os resultados da megaoperação. “Não ferem a lisura e a ética do ministro.”
Boca Aberta criticou os deputados que atacaram Moro na Câmara. “Foi um ataque do tubarão branco (referindo-se ao PT, Psol e PCdoB) ao Sérgio Moro. Ele foi para explicar e não tinha a obrigação de responder. O PT queria atacar a honra do ministro e da família dele”, disse.
Durante cerca de sete horas, o ministro não reconheceu a autenticidade dos diálogos reproduzidos pelo site The Intercept Brasil e disse que não cometeu qualquer irregularidade na condução dos processos da Lava Jato.
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Congresso em Foco/Edson Sardinha