Indireta do Papa Francisco para ex-juiz Sergio Moro provoca alvoroço no Brasil. Jornalista Glenn Greenwald se diz lisonjeado com a manifestação do pontífice: "Espero que defensores de Moro ouçam e compreendam"
Em vídeo publicado nesta quarta-feira (4) em seu perfil oficial no Twitter, o Papa Francisco ressaltou a importância dos juízes serem isentos e imparciais durante os processos sobre os quais se debruçam.
Para o pontífice, os magistrados têm papel fundamental para se combater injustiças e, para isso, devem ser “isentos de favoritismos e das pressões que possam contaminar as decisões que devem tomar”.
Na oração, o Papa diz ainda que dos juízes dependem decisões que influenciam os direitos e os bens das pessoas. “Os juízes devem seguir o exemplo de Jesus, que nunca negocia a verdade. Rezemos para que todos aqueles que administram a justiça operem com integridade e para que a injustiça que atravessa o mundo não tenha a última palavra”, completa a mensagem.
A publicação foi compartilhada nos três perfis oficiais do Papa (um em inglês, um em espanhol e um em português). Em sua conta em português, contudo, a gravação viralizou.
O termo “Papa” alcançou rapidamente os assuntos mais comentados da rede social. Com os recentes vazamentos de conversas privadas entre Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros membros da Lava Jato, diversos internautas interpretaram a mensagem como uma indireta a Moro.
Glenn Greenwald
Editor do The Intercept, o jornalista Glenn Greenwald mostrou-se impressionado com a mensagem. “Eu mal posso acreditar no que estou vendo. Muito bem falado e muito bem feito. Obrigado, @Pontifex_pt. Espero que os defensores do @SF_Moro que ainda restam ouçam e compreendam. É exatamente disso que trata o jornalismo que fazemos na #VazaJato”, tuitou.
O deputado federal Marcelo Freixo reproduziu a mensagem do Papa e marcou o ministro Sergio Moro. “Recado do Papa para você, Moro”, escreveu Freixo.
Há pouco mais de um mês, o Papa Francisco escreveu uma carta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que dizia que “a verdade vencerá a mentira”. A carta foi escrita antes dos vazamentos do The Intercept. Relembre aqui.
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