A indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador do Brasil nos EUA é rejeitada por dois terços dos brasileiros, revela pesquisa de opinião. Levantamento foi feito por instituto simpático ao governo Bolsonaro
64% dos brasileiros rejeitam o nome do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) para assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos. A informação é do instituto Paraná Pesquisas.
O levantamento foi realizado entre os dias 13 e 17 de julho. Ou seja, desde que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou a intenção de transformar o filho em embaixador.
A maior discordância em relação à atitude do presidente de indicar seu filho para a embaixada foi registrada entre as mulheres, 66,2%; e entre as pessoas com ensino superior, 70,1%. Por outro lado, o maior índice de concordância foi entre os homens, 31,8%; e entre as pessoas com escolaridade até o ensino fundamental, 30,1%.
A intenção de indicar Eduardo Bolsonaro para o cargo tem sido amplamente criticada. Em entrevista ao Estado de S. Paulo nesta quarta-feira (17), o ex-embaixador do Brasil nos EUA e ex-ministro da Fazenda Marcílio Marques Moreira afirmou que espera que a indicação seja revista.
Marcílio comentou que “uma característica da embaixada é ser liderada por alguém que se distinga — no Brasil e no exterior — como uma figura importante da cultura, da economia ou da política brasileira”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também avaliou como “imprópria” a intenção de Bolsonaro e até Olavo de Carvalho, considerado mentor intelectual da família e do governo Bolsonaro, foi outro que pediu que Eduardo recuse a indicação.
O ‘Paraná Pesquisas’ foi o instituto que mais divulgou números favoráveis a Jair Bolsonaro durante a eleição presidencial de 2018.
O núcleo mais extremista do bolsonarismo, que normalmente execra levantamentos do Datafolha e do Ibope quando não lhes convém, costuma considerar os números do ‘Paraná Pesquisas’.
O diretor-presidente do Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, foi cotado para assumir o Ministério das Comunicações do governo Bolsonaro. Mas a nomeação acabou não acontecendo.
Funcionários do Itamaraty
A eventual nomeação do ‘zero três’ tem sido motivo de preocupação e piadas em grupos internos de funcionários de carreira do Itamaraty.
Assistentes e oficiais de chancelaria do Itamaraty se dizem preocupados com os outros “candidatos” ao posto que foram preteridos após a sinalização do presidente em dar o cargo mais importante da diplomacia brasileira no exterior para o filho.
Nos grupos, fez sucesso um vídeo do filho do presidente escorregando no inglês. As imagens contestam o “inglês fluente” que Eduardo Bolsonaro garante ter:
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