Eduardo Bolsonaro e Kim Kataguiri trocam farpas nas redes sociais após Congresso Nacional derrubar veto presidencial à lei que pune quem divulgar fake news
Em junho de 2019, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vetou a Lei 13.834/2019, que pune com até 8 anos de cadeia quem divulgar fake news no Brasil.
No entanto, em sessão nesta quarta-feira (28) o Congresso Nacional derrubou o veto presidencial e a lei passa a valer, contrariando os propagadores de notícias falsas e quem delas se beneficia.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, irritou-se com a derrubada do veto e trocou farpas com Kim Kataguiri (DEM), seu colega de Câmara.
“Derrubado o veto da lei que pune com 2 a 8 anos de prisão quem divulgar fake news. Parabéns dep. Kim Kataguiri (DEM-SP) por ter viabilizado esse instrumento que vai calar exatamente aqueles que não divulgam fake news. A esquerda comemorou no plenário, será por quê?”, escreveu.
“A pena para quem divulgar fake news é o dobro da pena para quem comete homicídio culposo. Além disso, o que é fake news? Sabemos que mesmo falando a verdade nossos inimigos nos processarão dizendo que estamos divulgando fake news”, desesperou-se Eduardo Bolsonaro.
Kim Kataguiri rebateu: “A esquerda comemorou porque qualquer veto derrubado ela comemora. E você reclama porque não leu o projeto, aliás, nem estava no plenário durante a discussão, como nunca está. Se era contra, por que não participou do debate? Por que não foi virar votos a favor do veto? Férias pré-embaixada?”.
Kim continuou: “Desafio @BolsonaroSP para um debate sobre a lei que ele critica, mas que o próprio pai sancionou parcialmente com exatamente a mesma pena que eu defendo. Sei que não vai aceitar porque não leu o projeto, como não lê nem debate nada do que é relevante pautado em plenário. Vergonha”.
Mais tarde, Eduardo Bolsonaro foi até a tribuna do plenário reclamar da lei. O filho do presidente prometeu recorrer ao seu partido, o PSL, para tentar barrar a lei de alguma forma, alegando que ela irá “amordaçar a liberdade de expressão”.
O deputado ainda disse ser “constantemente vítima de fake news”, mas que prefere deixar as pessoas terem a liberdade de expressão e, caso se sinta ofendido, buscar reparação na Justiça.
Na votação de quarta-feira, foram 326 votos dos deputados para derrubar o veto e apenas 84 para mantê-lo. No Senado, foram 48 votos para derrubar o veto e apenas 6 para mantê-lo.
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