Homem avisou que mataria a noiva, mas ninguém acreditou
Noivo avisou que mataria a companheira, grávida de 3 meses, mas ninguém acreditou. Marcelo Kroin foi condenado a 20 anos de prisão pela morte de Andreia Araújo
O feminicídio de Andreia Araújo em Jaraguá do Sul (SC) completou um ano no último dia 5 de agosto. A morte da jovem de 28 anos, que estava grávida de 3 meses, foi noticiada em Pragmatismo Político (relembre).
Na última semana, após seis horas de julgamento, o noivo de Andreia foi condenado a 20 anos e seis meses de prisão, inicialmente em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado e tentativa de ocultação de cadáver. Marcelo Kroin, de 40 anos, matou a companheira por ciúmes.
Um ano após o crime, familiares dizem que Andreia vivia situações delicadas no relacionamento, mas era uma moça de personalidade reservada e por isso não costumava reclamar nem expor os seus problemas pessoais.
Andreia decidiu não externar o ciúme doentio de Marcelo Kroin e aguentou tudo quieta e sozinha. “Esse era o defeito dela, de não falar o que estava acontecendo”, diz Tauana Araújo, sobrinha da vítima.
“A gente não tinha tanta convivência com eles. Depois que ficaram juntos, eles ficavam mais sozinhos, só nos reuníamos em aniversários e festas de família”, afirma Tauana, que é filha da irmã de Andreia.
Durante uma festa, Marcelo quis ir embora mais cedo, mas Andreia resolveu ficar e o deixou irritado. Veio, então, uma ameaça que se mostraria real. “Quando ele saiu da festa, já tinha falado pra minha mãe que iria matar a Andreia. Mas a minha mãe não deu bola, falar todo mundo fala”, conta a sobrinha.
A denúncia apresentada oficial pela Justiça diz que “Marcelo Kroin esperou a companheira chegar em casa, de madrugada, e se aproveitou do fato de ela ter ingerido bebida alcoólica e de ser mais forte para investir brutalmente, causar vários ferimentos e matá-la por asfixia”.
Segundo o Ministério Público, Marcelo agiu “de forma premeditada e com inequívoca intenção de matar”. Para a acusação, o ataque veio “daquele que deveria cuidar de protegê-la, em momento de reduzida possibilidade de esboçar reação e no contexto de violência doméstica e familiar”.
Marcelo chegou a convidar um amigo para um churrasco após matar Andreia. As informações são de mensagens de WhatsApp que foram periciadas pela investigação (relembre aqui).
Tristeza
A sobrinha de Andreia lamenta e se diz insatisfeita com o resultado da condenação de Marcelo. “Na verdade, foi pouco. Deveria ser, no mínimo, 30 anos. Sabemos que pegou 20 anos, mas, se ficar 10 anos preso vai ser muito.”
Andreia deixou uma filha de 11 anos de outro relacionamento. Segundo Tatuana, a menina chama pela mãe até hoje. A sobrinha conta que os pais da vítima estão inconsoláveis até hoje e praticamente “não dormem à noite”.