Em recado a Bolsonaro, Siemens diz que não vai operar em áreas indígenas
Mais boicote: multinacional alemã Siemens anunciou que não pretende operar em áreas indígenas, onde Jair Bolsonaro planeja autorizar a abertura de garimpos, a ser explorada em parceria com os Estados Unidos
A multinacional alemã Siemens anunciou no último sábado (31) que não pretende operar em áreas indígenas, onde Jair Bolsonaro (PSL) planeja autorizar a abertura de garimpos, a ser explorada em parceria com os Estados Unidos.
Empresa fornecedora de equipamentos e tecnologia para os setores de geração de energia, automotivo, proteção ambiental, infraestrutura pública, saúde, papel, celulose e metalurgia, atua também no setor de mineração.
“O respeito pelos direitos humanos é um princípio central da Siemens, em todo o mundo”, diz o comunicado da assessoria de imprensa do grupo alemão divulgado por meio de sua conta oficial no Twitter.
O posicionamento do conglomerado, um dos que mais lucraram com o nazismo – exploração de mão de obra nos campos de concentração, venda de venenos para combater piolhos e mais tarde, nas câmaras de gás – responde à carta enviada por Michael Reckordt, que coordena uma de organizações ambientais de direitos humanos.
Wir haben aktuell & planen auch künftig keine Geschäftsaktivitäten in indigenen Gebieten, in denen die brasilianische Regierung plant, Bergbauaktivitäten zu erlauben. Die Achtung der Menschenrechte ist zentraler Grundsatz bei Siemens, weltweit. Mehr hier: https://t.co/sYLkZaWjoD
— Siemens Press Office (@siemens_press) August 31, 2019
Na carta, as entidades pedem que nenhum equipamento seja fornecido para atividades de mineração em territórios indígenas no Brasil, porque Bolsonaro, que tem grande responsabilidade na “destruição do meio ambiente e do clima mundial”, pretende ainda atacar de modo brutal as terras dos povos originários do Brasil.
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As organizações ainda destacam que as comunidades indígenas brasileiras estão entre os melhores manejadores e mantenedores de grandes florestas e da biodiversidade. “Proteger os direitos dos indígenas à terra é mais que uma questão de direitos humanos. É urgência”.