Aparente suicídio de menina de 15 anos teria sido simulado pela mãe
Vídeos mostram mãe agredindo violentamente a filha com pedaços de madeira momentos antes da morte da adolescente. Investigação aponta que aparente suicídio teria sido um crime simulado
A morte de Sarah Fernanda Lage Braz, de 15 anos, ainda é um mistério. Se antes a polícia considerava a hipótese de suicídio, agora suspeita-se que tudo foi forjado pela mãe da jovem. O caso aconteceu em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
Sarah morreu no prédio onde morava, um dia depois de sair de um abrigo municipal para onde havia sido levada após sofrer violência doméstica. As agressões eram cometidas pela mãe.
A adolescente foi encontrada morta na semana passada após cair do apartamento da família, que fica no décimo andar. As informações são do delegado Sérgio Nassur, responsável pelo caso.
Com o avanço das investigações, a polícia começou a suspeitar que a mãe simulou um suicídio para encobrir o assassinato de Sarah. Vídeos obtidos pela polícia depois da morte mostram a mãe agredindo violentamente a adolescente.
Nas imagens, a garota aparece sendo alvos de golpes com pedaço de madeira no quarto e depois no banheiro, enquanto ela tomava banho. O vídeo teria sido gravado pela irmã caçula da vítima, de 10 anos de idade.
Em agosto, o Conselho Tutelar foi até o apartamento de Sarah após uma denúncia anônima. A mãe e as filhas foram ouvidas e encaminhadas à delegacia, onde ficou determinado que as duas meninas, a adolescente e a criança, fossem recolhidas para um abrigo municipal enquanto ocorresse o inquérito.
Na semana passada, um dia antes da morte de Sarah, o irmão mais velho que mora na cidade de São Paulo retirou as duas meninas do abrigo e as devolveu à mãe. Segundo a Prefeitura de Praia Grande, a liberação ocorreu porque ele assinou um termo de responsabilidade garantindo que as garotas estariam em segurança.
“Sarah e a irmã caçula não deveriam ter saído do abrigo para serem devolvidas à casa de onde elas haviam sido anteriormente retiradas por conta de situação idêntica”, afirma o delegado Sérgio Nassur.
A conselheira tutelar Sueli Agrela afirma que o irmão se comprometeu a cuidar das meninas. “Ele iria levá-las para São Paulo, mas deixou as duas com a mãe. Havia uma ordem de restrição, uma medida protetiva contra a mãe, que foi desrespeitada.”
O laudo da perícia vai determinar a real causa da morte, mas ainda não há prazo para ele ser divulgado. O nome da mãe e do irmão de Sarah permanecem em sigilo enquanto ocorrem as investigações.
Mãe sumiu
Pessoas que conviveram com Sarah afirmam que a menina sempre chegava na escola machucada e reclamava que apanhava muito da mãe.
“Ela era uma menina muito amorosa, sempre vinha aqui ficar com a minha filha. Mas depois não veio mais. Ela sempre reclamava que apanhava muito da mãe. Minha filha chorou e está muito triste com tudo que aconteceu”, revela a mãe de uma amiga da vítima.
“Nós estamos muito abalados com tudo isso. Sarah morava aqui no prédio. Não achamos que ela se matou. Até porque a mãe não está mais na residência dela. Por que será né?”, acrescenta a mulher.
A polícia confirmou nesta quarta-feira (11) que a mãe de Sarah sumiu após o velório da filha. Também não foram localizados o filho mais velho e a caçula de 10 anos.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, foi cumprida ordem de busca e apreensão no endereço do rapaz, na capital paulista, mas não foram encontradas pistas do paradeiro dessas três pessoas.