América Latina

Eduardo Bolsonaro comete gafe ao criticar eleição presidencial na Argentina

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Eduardo Bolsonaro lamenta vitória de Alberto Fernández e tenta deslegitimar presidente eleito com gafe juvenil. Filho do presidente virou piada novamente

Indignado com a vitória de Alberto Fernández, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSC) foi às redes sociais criticar a escolha do povo argentino e acabou cometendo mais uma gafe. Durante suas críticas, o filho do presidente chegou a comparar a desvalorização das moedas argentina e brasileira em relação ao dólar.

“Para quem reclama que o dólar está R$ 4 aqui no Brasil, imagina na Argentina que está quase 60 pesos!”, escreveu Eduardo. A publicação viralizou e virou piada nas redes sociais.

O problema é que o peso argentino convertido em reais está a 0,067. Nas contas, 60 pesos argentinos é o mesmo que R$ 4. Ou seja, o dólar na Argentina equivale ao preço do dólar no Brasil.

Segundo Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do banco Ourinvest, a comparação é equivocada. “O número absoluto não quer dizer nada. Temos que ver outros fatores, como a inflação de cada país e a variação das moedas em determinado período.”

No governo neoliberal de Mauricio Macri, a Argentina amargou os piores índices de desigualdade dos últimos 30 anos. Apenas em 2019, o país sofre com uma inflação acumulada de 30%, o que fez o custo de vida por lá disparar.

De acordo com a especialista, a quantidade de moeda que um dólar pode comprar não determina a força econômica de um país. O Chile, por exemplo, tem uma economia mais forte e estável do que a Argentina, e um dólar americano corresponde a 723 pesos chilenos.

Outro exemplo é o rublo, moeda da Rússia, que se valorizou em torno de 8% desde o começo do ano, ainda que cada dólar compre cerca de 64 rublos.

Nas redes sociais, internautas não perdoaram a gafe de Eduardo Bolsonaro.

Família Bolsonaro

A família Bolsonaro passou o dia vociferando contra a eleição de Alberto Fernández na Argentina. Fernández foi eleito em primeiro turno com 48% dos votos e terá como vice a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015).

A vitória de Fernández e Kircher contraria a vontade do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, aliado do atual presidente argentino, Mauricio Macri, derrotado ontem. Em atitude infantil, Bolsonaro já disse que não irá cumprimentar o argentino pela vitória.

Em agosto, Jair Bolsonaro chegou a dizer que o Rio Grande do Sul poderia se transformar em “um novo estado de Roraima” se Fernández ganhasse. O presidente também afirmou, na semana passada, que a retomada da esquerda no país vizinho poderia colocar em risco o Mercosul.

Diferente de Bolsonaro, o próprio Mauricio Macri reconheceu a derrota e parabenizou o adversário pela vitória nas urnas. Eles tomaram café da manhã juntos nesta segunda-feira (28) para discutir a transição de governo.

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