"Se não é minha, não será de mais ninguém". Fernanda foi assassinada pelo ex-marido, que não aceitava o fim do casamento; ela deixa dois filhos. Atual namorado da vítima também morreu
Fernanda Dias Marques de Souza, de 26 anos, é mais uma vítima de feminicídio no Brasil. A jovem foi assassinada nesta quarta-feira (23) pelo ex-marido, Célio Marques de Souza.
O homem não aceitava o fim do casamento e ficou ainda mais furioso ao saber que Fernanda estava em um novo relacionamento. Atual namorado da vítima, Rafael Martins Nobre, de 29 anos, também foi assassinado.
O crime aconteceu na cidade de Hortolândia (SP). De acordo com a polícia, Célio Marques de Souza foi até o imóvel onde Fernanda morava com os filhos e no qual Rafael estava, efetuou os disparos e fugiu em uma Kombi. O veículo foi localizado abandonado horas depois. As crianças não estavam na casa no momento do crime.
O relacionamento de Fernanda com Rafael havia começado há pouco tempo e os dois decidiram morar juntos na semana passada. “Fazia pouco tempo que ela resolveu assumir ele e ficar com ele. Ela falou pra mim que ia ser feliz”, contou uma amiga da vítima.
A amiga revelou que o casamento de Fernanda acabou em dezembro do ano passado e as ameaças se intensificaram quando Célio descobriu que ela estava namorando. “Depois da separação ele sempre vivia ameaçando ela, perturbando. Falava que se ela não fosse dele, ela não seria de mais ninguém”, disse.
O caso foi registrado como de homicídio e feminicídio.
Feminicídio no Brasil
No Brasil, 13 mulheres são mortas por dia. No total, 4,8 em cada 100 mil mulheres morrem por violência doméstica – essa taxa coloca o Brasil em quinto lugar no ranking de violência doméstica criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A cada 1 hora e meia, uma mulher morre no Brasil por causas violentas – e, nesse cenário, o marido ou namorado é responsável por mais de 80% dos casos. Os dados são de pesquisas do Ipea, Mapa da Violência e do SESC.
A denúncia de violência doméstica pode ser feita em qualquer delegacia, com o registro de um boletim de ocorrência, ou pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), serviço da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Vale lembrar: a denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país.
Para proteger e ajudar as mulheres a entenderem quais são seus direitos, em 2014, a Secretaria lançou um aplicativo para celular (Clique 180) que traz diversas informações importantes, como os tópicos da Lei Maria da Penha.
O Código Penal estipula a pena de reclusão de 12 a 30 anos para o homicídio contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).
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