Direita

Homem que agrediu parlamentar do PT chorou ao ser preso pela PF

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Homem que agrediu deputado do PT disse ser amigo do juiz federal Vallisney de Oliveira, gerencia pousada que fez descontos na posse de Bolsonaro e parece ter relações com Luciano Hang. Preso pela Polícia Federal, ele chorou como uma criança

Gilberto Alves Júnior agrediu deputado José Guimarães durante voo

O deputado federal José Guimarães (PT) foi hostilizado durante voo com destino à Brasília, onde cumpriria agenda na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (30). O responsável pelos insultos estava sentado ao lado do deputado no avião e gravou o momento em que disparou agressões contra Zé Guimarães, chamando-o de “corrupto” e “capitão cueca”.

“Cadê o dinheiro que estava na cueca? Se defenda! Você não é bem-vindo em Brasília, não”, disse o agressor, enquanto o deputado aguentava os insultos sem se pronunciar. O deputado ainda foi chamado de ‘vagabundo’, ‘safado’ e ‘corrupto’. Os xingamentos duraram cerca de 20 minutos, dizem passageiros. O parlamentar acionou a Polícia Federal e o agressor acabou detido quando o avião aterrissou.

O nome do agressor é Gilberto Alves Júnior. Ao ser preso, ele vociferou: “Podem mandar me prender, sou amigo do juiz Vallisney de Oliveira”. Vallisney é juiz federal da 1ª Região e professor da Universidade de Brasília (UnB). Ele atuou no julgamento de processos relacionados à Operação Lava Jato e à Operação Zelotes.

Gilberto é natural de Santa Catarina e gerencia uma pousada em Taguatinga (DF) que fez descontos para a posse de Jair Bolsonaro. O rapaz teve seu vídeo compartilhado por Luciano Hang, dono da Havan, logo quando foi publicado. O empresário é conterrâneo de Gilberto.

“O Nobile Plaza Hotel deseja boas vindas e sucesso ao Presidente Jair Messias Bolsonaro, o Brasil está contigo e Deus também!”, publicou o agressor no dia 1º de janeiro ao comemorar lotação do hotel Nobile Plaza após promoção realizada no dia da posse do presidente Jair Bolsonaro.

VÍDEO:

Depoimento

Testemunhas contaram que, ao perceber que realmente seria preso, Gilberto chorou e chegou a pedir desculpas. O militante bolsonarista apagou os vídeos registrados no celular com as ofensas destinadas contra o deputado e garantiu que não havia enviado o material para terceiros. No entanto, os vídeos começaram a circular por grupos de Whatsapp pouco depois das 21h – o voo, da Latam, pousou em Brasília às 21h10.

A Polícia Federal descobriu ainda que Gilberto Alves Junior mudou de lugar no avião propositalmente para ficar ao lado de Guimarães e registrar as ofensas em vídeo.

Na sessão da Câmara desta terça-feira (1º), Guimarães recebeu palavras de solidariedade de vários colegas e relatou que o vídeo preocupou seus familiares no Ceará. A mãe do petista, que mora no interior, tem 94 anos.

“A nossa família chora, a nossa família fica doída, mas eu só posso dizer que eu não vou recuar um milímetro das minhas posições políticas e muito menos do que eu faço aqui no Parlamento brasileiro, dado o compromisso que eu tenho com o Brasil”, declarou Guimarães, que também publicou vídeo no Facebook detalhando as medidas contra o seu agressor.

Reação

Nas redes sociais, José Guimarães comentou o episódio e disse que as ofensas disparadas contra ele tratam-se de fake news. “O vídeo em que fui covardemente agredido é repleto de fake news. Jamais fui preso e não estive envolvido quando um assessor foi pego com dinheiro no aeroporto de Congonhas em 2005″, disse o deputado no Twitter, depois de o vídeo vir à tona nas redes sociais. “Eu, inclusive, fui inocentado da acusação de improbidade administrativa, em 2012, pelo STJ”, completou.

“Assim sendo, minha assessoria jurídica coletará todos os ataques virtuais que sofri, a fim de que as medidas cabíveis tomem forma. Produzir ou contribuir com a disseminação de fake news é crime!”, declarou.

Guimarães formalizou a denúncia na Polícia Federal no começo da tarde desta terça (1) e a ação deverá ser encaminhada à procuradoria da Câmara dos Deputados. Ao todo, no inquérito criminal, consta três ações por danos morais, injúrias e difamação. “Achei que o caminho seria não revidar, o que foi correto”, disse. “Essa é uma clara tentativa de impedir as nossas ações, mas não é a agressão de um fascista que vai nos fazer recuar”, acrescentou o deputado.

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