Jair Bolsonaro mobiliza aliados para derrubar emenda que garantiria reajuste para praças e militares de baixa patente e provoca revolta. "Eu coordenei carreata para o senhor, eu gritei 'Bolsonaro, 17' e hoje o senhor trai a tropa dessa maneira"
A Comissão que votou a Reforma da Previdência dos militares na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (28) chegou a ser suspensa por conta de uma confusão envolvendo manifestantes que protestavam contra a votação.
Entre gritos de “covardes” e “traidor”, o grupo formado por soldados, praças e familiares expôs as críticas à reforma e ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
“Eu coordenei carreata para o senhor, eu gritei ‘Bolsonaro, 17’, enquanto eles estavam sob o ar condicionado e hoje o senhor trai a tropa dessa maneira. Isso é um absurdo, dando benefícios aos generais”, disse uma mulher, visivelmente indignada.
Enquanto isso, outra começou a gritar “trairagem” ao fundo. Uma terceira mulher afirmou que nem Bolsonaro, nem seus filhos, terão os votos da “família militar” outra vez.
A revolta ocorreu porque Jair Bolsomaro mobilizou deputados aliados para rejeitar um destaque que estenderia uma gratificação para todos os integrantes das Forças Armadas, e não apenas para oficiais e militares de alta patente.
No funcionalismo, os militares são os que custam mais para a Previdência, proporcionalmente. Ex-líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO) disparou: “Bolsonaro defendia soldados e cabos e agora não mais?”
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Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara, confessou que foi uma opção da equipe econômica do presidente privilegiar as altas patentes. “Houve uma preocupação do governo federal de fazer algo que fosse voltado para o privilégio do mérito, da meritocracia, da permanência dos militares nas forças e para privilegiar aqueles militares que têm um desempenho melhor na carreira”.
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