"Eu te amo como pessoa. Não desejo nada de ruim para você". Ao ser condenada a 10 anos de prisão, ex-policial que matou homem por engano recebe abraço do irmão mais novo da vítima e cena emociona tribunal. Caso repercutiu muito nos EUA por ter sido mais um entre tantos em que policiais brancos matam homens negros desarmados
O julgamento da ex-policial Amber Guyger foi marcado por uma cena comovente nesta quarta-feira (2) em Dallas (EUA). O irmão da vítima abraçou a mulher após ela ser sentenciada a 10 anos de prisão. As informações são do The Guardian.
“Eu te amo como pessoa. Não desejo nada de ruim para você”, disse Brandt a Amber antes de perguntar à juíza: “Não sei se isso é possível, mas posso dar um abraço nela?”
A juíza, Tammy Kemp, disse a ele que podia. Brandt e Amber se levantaram, ficaram de frente um para o outro e se abraçaram enquanto Amber chorava.
Em setembro do ano passado, Amber matou Botham Jean, que era seu vizinho. Ela entrou no apartamento dele por engano, imaginando que fosse o seu, e atirou no jovem de 26 anos. Amber foi presa três dias depois e, mais tarde, demitida do trabalho de policial em Dallas.
O caso repercutiu muito nos Estados Unidos por causa das circunstâncias estranhas em que ocorreu e por ter sido mais um de vários em que policiais brancos matam homens negros e desarmados (relembre aqui).
VÍDEO:
Condenação branda
O júri poderia ter sentenciado a ex-policial à prisão perpétua ou até mesmo a menos de dois anos na cadeia, diz a Associated Press. Os promotores no caso pediram que a sentença fosse de 28 anos de prisão — idade que Botham Jean teria se ainda estivesse vivo.
Quando a pena de Amber foi decidida, amigos e familiares da vítima vaiaram a decisão. Pessoas que acompanhavam o julgamento do lado de fora do tribunal em Dallas também reagiram com raiva. “É um tapa na cara”, disse uma mulher que estava presente. “Sem justiça! Sem paz!”, gritaram pessoas do lado de fora.
Amber poderá pedir liberdade condicional após cinco anos na prisão. Após a sentença, dezenas de pessoas marcharam pelas ruas de Dallas para protestar contra a pena, considerada branda.
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