Promotora que investiga assassinato de Marielle Franco no RJ chama Bolsonaro de "mito" nas redes sociais, veste camiseta com o rosto do presidente e posa ao lado de deputado que quebrou placa da ex-vereadora executada
Carmen Eliza Bastos é uma das três promotoras (imagem acima) que convocaram nesta quarta-feira (30) uma coletiva de imprensa para afirmar que o depoimento do porteiro envolvendo o nome de Jair Bolsonaro (PSL) no caso Marielle Franco é mentiroso.
A promotora integra a força-tarefa do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que investiga a execução da vereadora Marielle Franco. O problema é que, por falta de isenção, Carmen Eliza não deveria atuar neste caso em específico.
Nas redes sociais, a promotora aparece vestindo camisetas de Jair Bolsonaro e chama o presidente de “mito”. Ela chegou a posar ao lado do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ), responsável por destruir uma placa feita em homenagem a Marielle, durante a campanha eleitoral.
Carmen envolveu-se na campanha presidencial de Bolsonaro. No dia da posse do atual mandatário, ela escreveu nas redes sociais a seguinte frase: “Há anos que não me sinto tão emocionada”.
Carmen também integra um grupo de “promotoras anti-feministas” que divulgou recentemente um manifesto para impedir que o Conselho Nacional do Ministério Público defendesse cotas para mulheres no setor.
A falta de imparcialidade de Carmen para investigar um caso tão grave está repercutindo na internet. “É estarrecedor que o Ministério Público mantenha à frente de um caso tão importante como o de Marielle uma promotora que seja fã de Jair Bolsonaro”, escreveu um usuário.
“Bolsonaro é vizinho de Ronnie Lessa, assassino de Marielle; o filho do presidente namorou com a filha de Lessa; os chefões do ‘Escritório do Crime’, maior milícia do RJ, foram todos condecorados por Flávio Bolsonaro; mas, se depender dessas promotoras, o culpado é o porteiro”, disse outro.
(continua depois das imagens)
Na entrevista de ontem, as promotoras apressaram-se para rebater o depoimento do porteiro e acusá-lo de mentiroso. De acordo com elas, a prova de que não foi Bolsonaro o responsável por autorizar a entrada de um dos assassinos de Marielle no condomínio é uma gravação do sistema de interfones que foi exibida por Carlos Bolsonaro nas redes sociais.
Na última terça-feira (29), uma reportagem do Jornal Nacional mostrou que, no do dia do assassinato de Marielle, o porteiro registrou no livro de visitantes o nome Élcio, o carro, um Logan, a placa, AGH 8202, e a casa que o visitante iria, a de número 58 (casa de Jair Bolsonaro).
O porteiro disse à polícia que ligou para a casa 58 para confirmar se o visitante tinha autorização para entrar e que identificou a voz de quem atendeu como sendo a do “Seu Jair”.
O porteiro explicou, conforme a reportagem, que acompanhou a movimentação do carro pelas câmeras de segurança e viu que o veículo tinha ido para a casa onde morava Lessa. O porteiro disse, em depoimento, que ligou de novo para a casa 58, e que o homem identificado por ele como “Seu Jair” teria dito que sabia para onde Élcio estava indo.
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