Mulheres violadas

Adriana Siqueira, mais uma vítima de feminicídio no Brasil

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Durante discussão, Adriana Siqueira conseguiu fugir do marido armado e se refugiou na casa de um vizinho. No entanto, o homem invadiu a residência e a executou com dois tiros na cabeça. A vítima deixa dois filhos

Adriana Siqueira

Adriana Aparecida Siqueira da Silva, de 38 anos, é mais uma vítima de feminicídio no Brasil. A mulher foi assassinada pelo próprio marido na noite do último domingo (10) em Piranguçu (MG).

Após uma discussão, Adriana fugiu assustada porque o marido estava armado. Ela foi para a casa vizinha, que é do seu tio. A mulher buscava refúgio, mas o homem conseguiu invadir o local e a executou friamente com 2 tiros na cabeça.

O nome do assassino é Sidiney Márcio dos Santos. Depois de tirar a vida da esposa, ele se matou com um tiro na boca. O casal deixa dois filhos.

A polícia foi chamada e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi até o local, mas os dois já estavam mortos.

A perícia apreendeu no local a arma usada no crime e cinco munições calibre 38. “Nós obtivemos informações de que esse revólver calibre 38 estava com ele de forma irregular”, explicou o tenente da PM Carlos Eduardo Gomes Simão.

Segundo a família, o casal enfrentava problemas há cerca de um mês e o homem já havia ameaçado a mulher de morte. No entanto, a vítima não havia registrado boletim de ocorrência contra o marido por medo de represálias contra os dois filhos do casal.

“É o que sempre falamos, violência doméstica, ameaça, a mulher não pode se calar, tem que denunciar. Porque é a segurança dela e os filhos”, afirma o tenente da polícia.

Adriana e Sidiney

Feminicídio no Brasil

No Brasil, 13 mulheres são mortas por dia. No total, 4,8 em cada 100 mil mulheres morrem por violência doméstica – essa taxa coloca o Brasil em quinto lugar no ranking de violência doméstica criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A cada 1 hora e meia, uma mulher morre no Brasil por causas violentas – e, nesse cenário, o marido ou namorado é responsável por mais de 80% dos casos. Os dados são de pesquisas do Ipea, Mapa da Violência e do SESC.

A denúncia de violência doméstica pode ser feita em qualquer delegacia, com o registro de um boletim de ocorrência, ou pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), serviço da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Vale lembrar: a denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país.

Para proteger e ajudar as mulheres a entenderem quais são seus direitos, em 2014, a Secretaria lançou um aplicativo para celular (Clique 180) que traz diversas informações importantes, como os tópicos da Lei Maria da Penha.

O Código Penal estipula a pena de reclusão de 12 a 30 anos para o homicídio contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).

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