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Bolsonaro busca economista que criou Bolsa Família no governo Lula

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Sob pressão e temendo 'efeito Chile', Jair Bolsonaro busca reagir à soltura de Lula e apela até para economista que criou o Bolsa Família na gestão petista. Governo chegou a cogitar mudar o nome do programa social

(Imagem: Nsc Total)

O presidente Jair Bolsonaro recorreu a um dos economistas responsáveis pela formulação do programa Bolsa Família no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Muito pressionado, o governo federal tenta reduzir as críticas à área social, considerada um gargalo na gestão. Por isso, para auxiliar sua equipe, Bolsonaro decidiu buscar Ricardo Paes de Barros — figura que teve atuação decisiva na gestão petista.

Entre as propostas em análise pelo governo está a concessão de um adicional de 6,81 reais por mês para cada uma das 13,8 milhões de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família – o benefício atual para uma família em extrema pobreza é de 89 reais por mês.

O aumento seria possível com uma folga no orçamento, que viria a partir do fim da desoneração de produtos da cesta básica.

O programa, que garantiu a força do lulismo, especialmente no Nordeste, tem impacto na renda de cerca de 43 milhões de pessoas nas estimativas oficiais.

De olho em sua base de apoio, Lula deixou a prisão com um discurso focado nas contradições da agenda liberal de Guedes e no resgate da questão social. Integrantes do núcleo político avaliam que o governo perdeu tempo na “corrida” pelo “voto social”.

A preocupação com a agenda social aumentou diante do temor do “efeito Chile”, o primeiro de uma onda de protestos que se espalharam pela América Latina.

O governo Bolsonaro também busca um plano de ação após o lançamento da agenda de combate à pobreza do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e à libertação de Lula.

“Bolsa Brasil”

Após a soltura de Lula, a equipe econômica foi orientada para aumentar os recursos aos programas sociais. O grupo de Guedes avalia ainda que Maia, ao lançar uma agenda social, avançou numa área do Executivo.

Nas conversas sobre o Bolsa Família, integrantes da equipe de Bolsonaro chegaram a defender até a troca do nome do programa para Bolsa Brasil — mas setores do governo resistem à mudança.

Bolsa Família

Instituído no Governo Lula pela Medida Provisória 132, de 20 de outubro de 2003, o Bolsa Família é considerado um dos principais programas de combate à pobreza no mundo.

O programa consiste em ajudar financeiramente famílias pobres que tenham em sua composição gestantes e crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos e extremamente pobres.

A contrapartida é que as famílias beneficiárias mantenham as crianças e os adolescentes entre 6 e 17 anos com frequência na escola e façam o acompanhamento de saúde das gestantes, as mulheres que estiverem amamentando e as crianças, que também devem ter a vacinação em dia.

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