Ministra Damares Alves convoca entrevista coletiva e fica em silêncio ao ouvir as perguntas. Site referência da extrema-direita debocha da encenação e ministra rebate
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, convocou uma coletiva de imprensa para esta segunda-feira, 25, mas encerrou o encontro com jornalistas antes de responder qualquer pergunta. O momento foi compartilhado nas redes sociais de Damares.
Antes de se retirar, Damares foi questionada se daria algum detalhe da solenidade, realizada nesta segunda-feira, 25, sobre o Dia do Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. Diante do silêncio da ministra, os jornalistas questionaram se Damares estava emocionada.
Na sequência, Damares fez um gesto com as mãos, e deixou a coletiva. Enquanto se retirava, a ministra foi questionada se deixará o governo Bolsonaro. No final de semana, o presidente Jair Bolsonaro rebateu a informação de que promoveria uma minirreforma ministerial em seu governo.
Em nota, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos afirmou que o ato de Damares foi uma encenação. “O objetivo do ato era mostrar como o silêncio da mulher incomoda”, diz a pasta.
A atitude da ministra foi alvo de deboche até do site de extrema-direita ‘O Antagonista’. “Eis a piada que corre em Brasília sobre a performance de Damares Alves, que entrou muda e saiu calada de uma coletiva convoca por ela própria: ‘Foi a melhor fala da ministra. Deveria repeti-la sempre'”, escreveu o site.
A ministra não gostou da postagem do site direitista e rebateu. “Ah, é, Antagonista? Quer dizer que justamente hoje em que lançamos a campanha para dizer que a mulher tem voz vocês saem com essa? Deixa eu te falar: a mulher tem voz, sim. E tem a liberdade de expressar a opinião que ela quiser”, escreveu Damares.
Campanha do governo
A campanha do governo federal tem o lema “Quando uma mulher perde a voz, todas perdem” e foi lançada em solenidade no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro.
A campanha do governo federal terá divulgação na TV, no rádio e na internet da música “Amor que dói”, da dupla sertaneja Simone e Simaria, em que as duas ficam em silêncio. Uma versão em que elas cantam também foi lançada nesta segunda.
Durante o lançamento da campanha, o presidente Jair Bolsonaro disse ser preciso criar os meios necessários para “dissuadir” os agressores, seja com a aprovação de leis ou de normas que os façam “se arrepender”.
“Tenho minha mãe viva, está entre nós aos 92 anos, tenho uma esposa e uma filha de 9 anos. O que eu faço e o que nós fazemos hoje será revertido lá na frente, em benefício para essa minha filha. Não consigo imaginar ela sofrendo agressão um dia”, disse o presidente.
Em seguida, ele se dirigiu à ministra Damares, afirmando que ela “é agredida pela sua função”. “Você sabe, como evangélica, cristã, que não existe prazer maior do que ajudar o próximo, em especial a mulher brasileira. Muito obrigado por você existir”, declarou.
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