Casas da irmã de Evo Morales e de governadores aliados são incendiadas e presidente boliviano decide convocar novas eleições
As casas da irmã de Evo Morales e de dois governadores aliados do presidente boliviano foram incendiadas durante a onda de violência que atinge a Bolívia. Com isso, o mandatário decidiu convocar novas eleições gerais.
“Denunciamos e condenamos perante a comunidade internacional e o povo boliviano que o plano de golpe fascista executa atos violentos com grupos irregulares, que atearam fogo na casa dos governadores de Chuquisaca e Oruro e da minha irmã naquela cidade. Vamos preservar a paz e a democracia”, escreveu Evo Morales no sábado (9).
Na manhã deste domingo, Morales decidiu renovar os membros do Tribunal Superior Eleitoral e convocar novas eleições. “Decidi convocar novas eleições nacionais que mediante ao voto permitam ao povo boliviano eleger democraticamente suas novas autoridades, incorporando novos atores políticos”, afirmou.
Ele disse também que vai “renovar a totalidade de membros do Tribunal Superior Eleitoral; nas próximas horas a Assembleia Legislativa Plurinacional, em concordância com todas as forças políticas estabelecerá os procedimentos para isso”.
“Quero pedir para baixarmos toda a tensão. Todos temos a obrigação de pacificar a Bolívia”. Na sexta (8) e no sábado (9) policiais bolivianos se amotinaram. O governo respondeu com um comunicado no qual denunciava um plano de golpe de estado.
Eleições
A Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou que houve irregularidades na eleição presidencial do dia 20 de outubro, quando Evo foi reeleito em primeiro turno, e recomendou que uma nova votação seja feita.
Morales venceu as eleições realizadas em 20 de outubro – na contagem final, ele teve 47.07% dos votos, e Carlos Mesa, o segundo colocado, 36,51%. Como é uma diferença de mais de 10 pontos percentuais, o atual presidente foi reeleito em primeiro turno.
A oposição de extrema-direita não aceitou o resultado das urnas e começou a realizar protestos violentos. Ainda não há data definida para as novas eleições.
Durante a semana, uma prefeita aliada de Evo Morales foi sequestrada, humilhada e teve os cabelos cortados (relembre aqui).