Governo dos EUA cria universidade falsa para atrair estudantes estrangeiros e depois deportá-los. Instituição oferecia programas acadêmicos com todas as certificações e autorizações relevantes
Agentes do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário dos EUA (ICE, na sigla em inglês), criaram uma universidade falsa no estado de Michigan para atrair e deportar estudantes estrangeiros que buscavam permanecer ilegalmente no país, com o uso de vistos estudantis falsos. As informações são da BBC News.
Oito pessoas foram presas por “operar” o esquema dentro da falsa universidade e, desde então, 250 dos quase 600 alunos matriculados também foram detidos. Os funcionários e professores da faculdade seriam agentes da ICE infiltrados.
A denúncia foi feita pelo jornal Detroit Free Press, que vem acompanhando o caso desde o início do ano. Segundo a publicação, a Universidade de Farmington, que se apresentava como uma instituição especializada em cursos de tecnologia e informática, era na verdade uma fachada da ICE para deportar estudantes.
E-mails divulgados pelo jornal mostram que recrutadores da universidade apresentavam a instituição a potenciais alunos como “credenciada a matricular estudantes estrangeiros pelo Departamento de Segurança Nacional”.
Quase todos os estudantes eram originários da Índia e mais de 80% já voltaram para seu país de origem, sem diploma, com registro criminal nos EUA e com muitas dívidas.
A universidade cobrava cerca de US$ 12 mil (cerca de R$ 50 mil) em anuidades de cada um deles e muitos fizeram empréstimos para se matricular.
Um dos pontos mais controversos da operação, além do fato de que os alunos acusados ou deportados chegaram ao país com vistos legítimos, é o destino das centenas de milhares de dólares pagos à instituição forjada pelos agentes secretos, diz a reportagem da BBC.
Para os advogados de alguns dos acusados, o governo americano se aproveitou de “pessoas vulneráveis que só queriam manter o status migratório” nos Estados Unidos, além de ter tomado milhares de dólares dessas pessoas.
Os estudantes tinham vistos considerados regulares até janeiro, mas após o indiciamento dos operadores do esquema, a universidade foi fechada e os documentos de permanência dos alunos em território norte-americano foram considerados nulos.
Sete dos oito recrutadores já foram condenados a penas de um ano a dois de prisão e um deles ainda aguarda sentença.
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