Homem atira na atual companheira, mata a ex-mulher e toda a família dela e depois comete suicídio no litoral de São Paulo
O eletricista Alex Sander Correia, de 40 anos, matou a ex-mulher e quatro pessoas da família dela a tiros em São Vicente, no litoral sul de São Paulo, na manhã desta quinta-feira, 5. Antes disso, também nesta manhã, ele havia atirado ainda em sua atual companheira, que ficou ferida na cabeça e no braço. Na sequência, Correia cometeu suicídio.
Correia tinha um relacionamento com Margarete Neto Pinheiro de Jesus, de 41 anos. Ela tem um filho e garantia que ele era o pai. O homem começaria a pagar pensão para o suposto filho. No entanto, o casal e a criança fizeram recentemente um exame de DNA, que apontou que o menino não era filho de Correia. Segundo a Polícia Civil, desde então Correia era vítima de chacota no bairro onde morava.
Com um revólver, ele invadiu a casa da ex-companheira e executou Margarete; a irmã dela, Maisa das Graças Pinheiro Silva, de 39; a sobrinha Larissa Pinheiro do Monte, de 19; e os pais de Margarete, Carlos Alberto Neves, de 57, e Daulira das Graças Neto Neves, de 66.
Depois, ele se matou com um tiro na cabeça. A outra vítima, identificada como Renata, vivia com Correia e tinha uma medida protetiva contra ele. Antes de matar Margarete e seus parentes, ele atirou contra Renata na casa onde moravam, no bairro do Humaitá, em São Vicente. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e está internada no Hospital Municipal de São Vicente.
A prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Saúde (Sesau), informou que Renata deu entrada por volta das 6h30 com ferimentos na cabeça e no braço. A paciente é acompanhada pela equipe da neurocirurgia, está consciente e realiza exames.
O caso foi registrado na Delegacia Sede de São Vicente. A Polícia Militar havia divulgado mais cedo que uma criança foi morta, mas a informação não foi confirmada pela Polícia Civil.
A Polícia Militar informou que o crime foi premeditado pelo homem, uma vez que ele levou várias munições para recarregar. “Em uma primeira pesquisa, ainda não temos identificação da arma. Em princípio, a informação que levantamos é que ele teria uma passagem por porte ilegal de arma. Ele também tem passagem por violência doméstica. Ao que tudo indica, ele era violento e premeditou esse crime”, explicou o coronel Rogério Silva Pedro.
Feminicídio no Brasil
No Brasil, 13 mulheres são mortas por dia. No total, 4,8 em cada 100 mil mulheres morrem por violência doméstica – essa taxa coloca o Brasil em quinto lugar no ranking de violência doméstica criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A cada 1 hora e meia, uma mulher morre no Brasil por causas violentas – e, nesse cenário, o marido ou namorado é responsável por mais de 80% dos casos. Os dados são de pesquisas do Ipea, Mapa da Violência e do SESC.
A denúncia de violência doméstica pode ser feita em qualquer delegacia, com o registro de um boletim de ocorrência, ou pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), serviço da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Vale lembrar: a denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país.
Para proteger e ajudar as mulheres a entenderem quais são seus direitos, em 2014, a Secretaria lançou um aplicativo para celular (Clique 180) que traz diversas informações importantes, como os tópicos da Lei Maria da Penha.
O Código Penal estipula a pena de reclusão de 12 a 30 anos para o homicídio contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).
com informações da Agência Estado
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