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Pai de atriz global é preso por esquema de desvio de dinheiro da saúde na PB

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Pai de atriz global é preso pela Polícia Federal por esquema que teria desviado milhões da saúde pública na PB. Ex-governador é um dos alvos da operação

Mayana Neiva e o pai, Vladimir (reprodução)

A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (17) o empresário Vladimir Neiva, pai da atriz Mayana Neiva, 36, que está no ar na novela “Éramos Seis”, da TV Globo. Ao todo, 16 mandados de prisão preventiva foram cumpridos no âmbito da Operação Calvário – Juízo Final.

A operação investiga um desvio de pelo menos R$ 134,2 milhões das áreas da saúde e educação pública da Paraíba. Mayana Neiva, que já estrelou diversas novelas na Globo, se pronunciou através de sua assessoria de imprensa.

“Trata-se de algo que envolve exclusivamente seu pai e que será explicado, agora, no âmbito jurídico. Gostaríamos de afirmar que Vladimir Neiva apenas foi indiciado. É necessário neste momento ter ética e cuidado para que um fato isolado não prejudique uma carreira exclusivamente dedicada às artes, como tem sido a de Mayana, que tem na dramaturgia sua paixão e sua única fonte de renda”, diz a nota.

Além do empresário, o ex-governador Ricardo Coutinho também teve a prisão decretada, mas estava em viagem de férias fora do país e passou a ser considerado foragido.

O advogado do Grupo Grafset, Kalleby Sobral, que representa Vladimir, disse que, embora respeite a decisão da Justiça, discorda dela. “Estamos colaborando com todas as fases da investigação e meu cliente não tem nenhum contrato vigente com o governo do Estado e nenhum recebimento a ser feito desde dezembro de 2018.”

Além do mandado de prisão contra o pai da atriz, a operação também cumpriu mandados de busca e apreensão na Editora Grafset, produtora de livros da qual ele é diretor-presidente.

Operação Calvário

Vladimir Neiva é investigado porque foi citado em duas delações premiadas. Em depoimento, Ivan Burity, ex-chefe do governo de Ricardo Coutinho, disse que Vladimir teria sido procurado para realizar doações à campanha do ex-governador, oficiais e extraoficiais.

Já a ex-secretária de Administração Livânia Farias, presa em março deste ano, afirmou em seu depoimento que a Editora Grafset teria sido responsável por parte das propinas entregues em caixas na Granja Santana, residência oficial do então governador, de 2014 a 2018.

Por meio de nota, a Polícia Federal disse que, do total de dinheiro desviado, R$ 120 milhões teriam sido destinados a agentes políticos e a campanhas eleitorais da Paraíba em 2010, 2014 e 2018. Conforme a investigação, os recursos públicos eram destinados aos serviços de saúde e educação. A PF afirma que houve fraudes em procedimentos licitatórios e em concursos públicos.

A operação foi realizada em conjunto com o Gaeco-PB (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado da Paraíba), o Ministério Público Federal e a CGU (Controladoria-Geral da União).

Ricardo Coutinho

Em nota oficial divulgada em suas redes sociais, o ex-governador Ricardo Coutinho alegou que vai contribuir com a Justiça para provar sua inocência. “Sempre estive à disposição dos órgãos de investigação e nunca criei obstáculos a qualquer tipo de apuração.”

Ele afirma que jamais seria possível um estado ser governado por uma organização criminosa e ter vivenciado os investimentos e avanços nas obras e políticas sociais nunca antes registradas.

“Lamento que a Paraíba esteja presenciando o seu maior período de desenvolvimento e elevação da autoestima ser totalmente criminalizado”, disse.

Ele informou que está em viagem de férias previamente programada. “Estarei antecipando meu retorno para me colocar à inteira disposição da Justiça brasileira para que possa lutar e provar minha inocência”, diz.

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