Pequenos danos causados acidentalmente no seu carro fizeram o motorista sacar uma arma e atirar na cabeça de pai, mãe e filho que estavam no outro veículo. Sobrevivente, filho mais novo de 8 anos testemunhou a barbárie. Assassino é ex-militar e participava de “milícia airsoft”
Dionatha Bitencourt Vidaletti, de 24 anos, está foragido após acabar com uma família por conta de um pequeno acidente de trânsito em Porto Alegre (RS) no último domingo (26).
Foram executados com tiros na cabeça Rafael Zanetti Silva, de 46 anos, Fabiana da Silveira Innocente Silva, 44 anos, e o filho deles, Gabriel da Silveira, de 20 anos.
O filho mais novo do casal, de 8 anos, estava no carro e sobreviveu. A criança perdeu os pais e o irmão diante dos seus olhos. A namorada de Gabriel, de 18 anos, também estava no veículo e não foi atingida.
“Acabou com uma família inteira. O pequeno de 8 anos tá aí, a gente não sabe o que vai acontecer ainda”, relata Marcio Becker, amigo da família e padrinho de Gabriel.
Marcio Becker conta que a família voltava de uma festa em um sítio, onde comemoraram o aniversário de 18 anos da filha dele, quando o crime ocorreu, na Estrada do Varejão.
“Eles [a família] foram os primeiros a irem embora da festa. Depois, outro conhecido que participava da festa passou pela mesma estrada e e, sem sinal no celular, retornou para informar do episódio. Quando ele nos disse, ninguém acreditou. Parecia um pesadelo”, diz Becker.
O caso
Segundo a Polícia Civil, Dionatha Bitencourt Vidaletti dirigia uma Ecosport vermelha e estava acompanhado da mãe. O veículo estava parado em uma via. As vítimas retornavam para casa após uma festa de aniversário. Ao passar pela Ecosport, o motorista do Citröen, Rafael Zanetti Silva, perdeu o controle do veículo, raspando a lataria da Ecosport.
Como se tratava de um local ermo e não havia ninguém pelas redondezas, o motorista decidiu ir embora. Quando ingressou na Estrada do Varejão, foi surpreendido pela chegada repentina da Ecosport. Aos gritos, Vidaletti pedia que o carro da família parasse.
Rafael Zanetti, Fabiana e o filho Gabriel desceram do carro e, conforme a Polícia Civil, com todos em pé, deu-se início uma discussão. Mecânico especializado em chapeação, Zanetti teria dito que arrumaria o carro danificado. O tom da conversa subiu e Dionatha, condutor da Ecosport, puxou uma pistola. Assustada, a mulher ligou para o 190, informando que estavam discutindo com uma pessoa de arma em punho.
Nesse momento, Dionatha Vidaletti efetuou ao menos seis disparos, alvejando pai, mãe e filho. Os outros dois integrantes da família que ficaram dentro do veículo não foram atingidos. O motorista da Ecosport fugiu com a mãe e ainda não foi localizado.
“Milícia Airsoft”
A Justiça decretou a prisão preventiva de Dionatha Bitencourt Vidaletti nesta segunda-feira (27). Em revista na casa do assassino, a Polícia Civil encontrou uma pistola, um revólver, carregadores e munição. O homem não possui porte de armas.
A pistola 380 tem registro no nome da mãe de Dionatha, mas o revólver, calibre 38, não tem registro. O atirador serviu ao Exército em 2017, mas atualmente não integrava os quadros da corporação.
Dionatha Bitencourt Vidaletti fazia parte de um grupo chamado “Milícia Airsoft” e ostenta fotos portando armas utilizadas no esporte de tiro em suas redes sociais. Os perfis, no entanto, foram deletados após o crime.
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