Jovem de 19 anos foi estuprada em viatura após pedir informação. PMs envolvidos poderão retornar à corporação. "Eu vivia a vida de uma jovem normal. Hoje estou doente", desabafa vítima, que precisou tomar coquetel contra infecções sexualmente transmissíveis
Os policiais militares Anderson Silva da Conceição e Danilo de Freitas Silva foram soltos e poderão voltar a trabalhar pela PM de São Paulo.
Em junho do ano passado, Natália, de 19 anos, relatou ter sido estuprada dentro de uma viatura por um dos agentes após pedir uma informação em Praia Grande (SP). O caso foi noticiado no Pragmatismo Político.
A reintegração à corporação dos dois PMs foi publicada no Diário Oficial no fim de dezembro de 2019 após um alvará de soltura concedido pela Justiça Militar. Eles estavam presos preventivamente.
Na época, os corregedores se surpreenderam com o relato da jovem. Segundo ela, os PMs Anderson e Danilo ofereceram uma carona até uma estação de ônibus em Praia Grande, no litoral paulista. Um dos agentes sentou no banco de trás da viatura junto com a vítima, onde teria cometido o estupro.
“Eu vivia a vida de uma jovem normal. Saía com minhas amigas, ia para a academia. Fiquei doente, com anemia. Amigos se afastaram por não acreditar em mim”, desabafou Natália. Ela também foi orientada a tomar um coquetel contra infecções sexualmente transmissíveis.
Os soldados confirmaram a carona, mas negaram a violência sexual. Durante as investigações, imagens captadas por uma câmera de segurança mostraram que um dos soldados embarcou no banco traseiro, contestando a versão dada por eles de que teriam sentado no banco da frente.
À época, um laudo do IML constatou vestígios da agressão. O Ministério Público denunciou os dois PMs. Anderson e Danilo tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça em junho passado e estavam presos desde então.
Nota
Em nota, a Polícia Militar esclarece que os envolvidos deixaram o Presídio Romão Gomes, mas não voltaram para a patrulha nas ruas. A nota acrescenta que o processo administrativo, instaurado pela Corregedoria, segue em andamento, podendo resultar na expulsão dos dois policiais e que a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Praia Grande investiga o caso por meio de inquérito policial, que está em segredo de Justiça.
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