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Roberto Justus dá aula de machismo em entrevista à revista Veja

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Empresário e apresentador também falou sobre o governo Bolsonaro e se disse "mais preparado do que Luciano Huck" para ser presidente

Roberto Justus e a atual namorada (reprodução/instagram)

Julinho Bittencourt, Revista Fórum

O empresário Roberto Justus, apresentador do programa O Aprendiz, até tentou falar sobre política em entrevista publicada nas páginas amarelas da revista Veja desta sexta-feira (24). O destaque da entrevista (ou o pior), no entanto, ficou mesmo por conta do machismo declarado do empresário.

Com frases que fariam corar Jece Valadão, Justus desfia na entrevista uma postura arrogante e patriarcal. Ao ser perguntado sobre os segredos para manter uma boa relação com todas as suas quatro ex-mulheres, ele afirma: “Guarda compartilhada. Eu recomendo isso a todos os casais. Meus filhos enfrentaram separações, mas nunca viram os pais brigando. Eu sempre falo para os caras: não cospe no prato que já comeu (sic)”.

Ainda sobre o assunto, ele afirma que a sua capacidade de persuasão o ajuda. “Eu tenho a capacidade de persuadir minhas ex quando preciso de alguma coisa delas”.

Já sobre o final dos relacionamentos, ele diz: “a partir do momento em que a relação esfria e percebo que a grama do vizinho está mais verdinha, eu vou pastar em outro lugar”.

Sobre a velhice, Justus também não deixa por menos. “Veja as mulheres de 50 anos: com todos os recursos estéticos e de saúde, elas ainda são muito interessantes. Antigamente, ao passar dos 50, eram velhas e feias. Hoje, são umas gatas, dá para fazer alguma coisa”, afirma.

Justus dá dicas de como a mulher deve fazer para seu casamento dar certo. De acordo com ele, “ela não pode esquecer de se arrumar quando o marido estiver chegando. Depois de casados, ela acha que não precisa mais, e aparece de bobes no cabelo, toda desleixada. Isso vai desgastando a relação”.

Sobre a sua atual esposa, ele diz gostar que ela trabalhe “mesmo não precisando, em razão da minha condição financeira. Mas gosto que ela seja útil. Se não fosse, não daria certo. Uma embalagem bonita — e ela é muito bonita — acaba com o tempo”.

Ao final, sentencia: “mas, mesmo com sua independência, eu falo que ela precisa da força masculina. O ombrinho do homem dá uma proteçãozinha”.

Sobre política, eis as declarações de Roberto Justus:

JAIR BOLSONARO

O empresário que olhar para este país no último ano [governo Bolsonaro] e não perceber a diferença está cego. Eu não estou feliz com tudo, decepcionei-me bastante com atitudes e posturas do nosso presidente. Ele mostrou despreparo para o cargo em várias situações. O presidente da República tem de ter equilíbrio e energia. Adoro que ele seja enérgico, não tem problema nenhum. Se eu fosse presidente, também seria enérgico. Mas ele deve dar o exemplo, não perder tempo falando bobagens desnecessárias. Se o presidente tivesse falado menos, estaríamos em melhor situação. Mas ele está aprendendo.

LUCIANO HUCK

Huck é um cara inteligente e é sério. Agora, se tem condição de tocar um país, não sei. Não acho que seja o perfil ideal. Quanto a mim, sou um pouco diferente, porque tenho experiência em gestão. São mais de quarenta anos tocando e gerindo companhias, não deixa de ser parecido com a empresa Brasil. Nesse ponto, eu estaria mais preparado que Huck para assumir o cargo.

ELEIÇÃO DE 2018

Isso [ser candidato a presidente em 2018] foi muito antes de se falar nos nomes do Bolsonaro e do Huck. Cheguei a participar de uma reunião em Brasília com um partido. Seus integrantes achavam interessante o fato de eu ser um outsider. Como o Donald Trump foi apresentador de O Aprendiz e virou presidente, pensavam que eu poderia repetir a façanha no Brasil. Fico lisonjeado, mas nunca achei que eu combinasse com a política. Vou ser sincero: se eu soubesse que daria para ser eleito só pelas redes sociais, sem o desgaste de uma campanha política, eu até teria pensado no assunto. Mas hoje não penso mais nisso.