Estudante de Medicina que fez tatuagem de Bolsonaro desabafa: “Não o apoio mais”
"Ele deveria pensar mais antes de falar. Deveria se portar melhor como presidente", diz a jovem, que também tem uma tatuagem de Donald Trump com Kim Jong-un
A estudante de medicina Érika Canela, de 28 anos, chegou a ser barrada em uma escola de samba no carnaval de São Paulo por conta da repercussão negativa de uma tatuagem da caricatura de Jair Bolsonaro.
A jovem de 28 anos, que já foi campeã do concurso ‘Miss Bumbum’, diz que hoje considera ‘fútil’ o mundo dos concursos de beleza e não apoia mais o atual presidente.
“Por conta da tatuagem, falaram palavras bem pesadas pra mim. A comunidade [da escola de samba Vila Maria] se revoltou de verdade. Pensei em voltar esse ano, mas por conta disso, e também por estar focada nos meus estudos, achei melhor não. Carnaval exige dinheiro, investimento. É uma coisa que não posso agora”, disse Érika.
“Parei e pensei: ‘O que estou fazendo da minha vida?’. Era vista como um objeto sexual. A faculdade de medicina surgiu por influência da minha família. Quase todos são médicos. Me dediquei, abdiquei de tudo, de redes sociais, tudo. Fiquei sem beber, sem sair, sem sexo e sem Instagram até entrar no vestibular”, afirma.
“Ele [Jair Bolsonaro] deveria pensar mais antes de falar. Deveria se portar melhor como presidente. Isso é o que mais me decepcionou. Ele fala coisas sem necessidade. Tenho a tatuagem ainda, não vou apagar agora porque não me incomoda, mas talvez um dia eu apague sim”, conta a estudante.
Além da tatuagem de Bolsonaro, a estudante de medicina fez também um desenho de Donald Trump com Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, frente a frente. Duas figuras políticas que causaram mais repercussão negativa para ela.
“Essa do Trump talvez me arrependa sim de ter feito. Fiz antes do Bolsonaro e só mostro para amigos próximos, nem publiquei nas redes sociais. Se não tivesse bem doida, não tivesse bebido, não teria feito”, ressalta.